Atrasados, candidatos são barrados no primeiro dia do Enem em São Paulo

22/10/2011 - 14h27

Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Pelo menos 20 candidatos que fariam o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) na Universidade Nove de Julho (Uninove), na Barra Funda, zona oeste da capital paulistana, chegaram atrasados e não puderam fazer as provas. Muitos ainda apelaram, por entre as grades, para que os responsáveis pela segurança dessem uma chance de fazer a prova.

Alguns deles, como Renata Nascimento, culpavam a falta de informações da organização do exame. Ela chegou faltando cinco minutos para as 13h, hora limite para entrada, mas se dirigiu ao edifício errado. Ainda tentou correr para a entrada certa, mas, mesmo assim, não conseguiu entrar. Segundo Renata, a indicação confundiu muita gente. “Tanto é que tem um monte de gente que foi lá [no prédio errado]. Aí falaram para a gente vir correndo que o portão estava fechando”, contou, visivelmente nervosa, a candidata de 27 anos que veio de Pirituba, zona norte da capital.

O trânsito ainda é, no entanto, o principal “culpado” por aqueles que não chegam na hora. As gêmeas Gheysa e Karen Oliveira saíram às 11h30 de casa, no Jaraguá, também na zona norte. As operadoras de telemarketing faltaram ao trabalho e vieram se maquiando dentro do carro para ganhar tempo. Gheysa acredita que a própria realização da prova piora o tráfego na cidade. “Em todas as faculdades que nós passávamos estava trânsito”, ressalta a jovem que presta o exame na expectativa de conseguir uma bolsa de estudos para o curso de administração.

Um atropelamento foi a causa do atraso das amigas Layla Sula e Gabriela Botelho. Elas contam que o ônibus que as transportava desde a Freguesia do Ó, na zona norte, atropelou um outro candidato do Enem. “O menino não queria ir para o hospital, queria fazer a prova”, relata Gabriela. Com o imprevisto, as duas acabaram chegando cinco minutos após o fechamento do portão.

O ambulante João Maria Cordeiro acha que muitos candidatos vêm “despreparados” para a prova.  Para comprovar sua teoria, ele aponta a centena de canetas pretas que consegue vender na porta do local de prova. Durante a semana, ele trabalha com a venda de capas de celular, meias e gorros. Em dia de Enem, João Maria complementa a renda com a comercialização do único material que, fora a documentação pessoal, é indispensável para a fazer o exame.

 

 

Edição: Lílian Beraldo