Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Ministério da Saúde lançou hoje (22) no Parque da Cidade uma campanha nacional de mobilização para a prevenção à osteoporose. A osteoporose é uma doença que deixa os ossos fracos a ponto de quebrarem ao mínimo esforço. As principais formas de osteoporose são a pós-menopausa, a senil e a secundária, que atinge pessoas com doença renal hepática, endócrina, hematológica ou que usam medicamentos como corticóides. O excesso de fumo, álcool e café também são fatores que podem levar à osteoporose.
O objetivo da campanha é mostrar que a prevenção é a melhor arma no combate à osteoporose e deve começar na infância. Para Manter Ossos Sempre Fortes É Preciso Prevenir é o tema da campanha. “Queremos mostrar a importância do fortalecimento dos ossos com hábitos saudáveis desde cedo. Por isso, é importante a conscientização. Não só para as pessoas idosas, mas para as crianças, para os gestores públicos, para todos. Acho que os profissionais de saúde também devem estar atentos para a questão da osteoporose”, disse Luiza Machado, coordenadora nacional de Saúde do Idoso do Ministério da Saúde.
Para ela, iniciar a prevenção na infância tornará a velhice da população mais saudável. “A prevenção deve começar na fase intraútero. Aquela mãe que faz um bom pré-natal, que cuida da sua criança, que amamenta e que mantém, durante toda a infância, uma alimentação de qualidade e, com hábitos saudáveis, vai contribuir para que essa criança seja um adulto sem problemas e, consequentemente, uma pessoa idosa com melhor qualidade de vida”, informou.
A coordenadora destaca ainda que pais com hábitos saudáveis também levam os filhos a adotar as mesmas práticas na maioria das vezes. Por outro lado, crianças sedentárias, que ficam muitas horas usando o computador ou assistindo à televisão, não brincam ao ar livre e não ficam expostas ao sol, não terão uma vida saudável no futuro. “Os nossos ossos são formados com exercícios físicos e pelos bons hábitos, como uma alimentação que contenha cálcio encontrado em alimentos como o leite e derivados e, também, em outras fontes como hortaliças escuras, por exemplo”, destacou. A prevenção da osteoporose engloba medidas como praticar atividades físicas, mas também ter uma nutrição adequada, com dieta rica em cálcio, evitar quedas, não fumar e evitar o excesso de álcool, café e sal.
Pelos cálculos de Luiza Machado, 10 milhões de pessoas têm osteoporose no Brasil. A doença, segundo ela, é irreversível, mas é possível reduzir seus efeitos. Ela lembra que, ao contrário do que se pensa, não atinge só as mulheres, mas também os homens. É silenciosa e muitas vezes só é detectada após uma queda.
“Uma das preocupações no Ministério da Saúde é com a redução de internações e com a fratura de fêmur. Por isso, a gente vem trabalhando com oficinas de captação para os profissionais da rede de saúde e profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), por meio das coordenações estaduais para identificar os idosos que têm risco de cair, sofrer quedas”.
Maria da Conceição Pinheiro Veras, de 64 anos, era uma das mais animadas durante o lançamento da campanha. Ela acompanhava o grupo de animação que estava no evento e fez questão de declarar que sempre se cuida e acha importante que outras pessoas façam exames de saúde periódicos. Mesmo sob a chuva e o frio de aproximadamente 15ºC, ela era uma das centenas de idosos que foram ao Parque da Cidade, neste sábado.
“É importante mostrar às pessoas o perigo da osteoporose e os cuidados que elas devem ter para se prevenir da doença. É o que eu venho fazendo desde cedo. Continuo caminhando e mantenho uma alimentação saudável. Eu vivo 24 horas em lua de mel comigo mesmo”, disse Luísa César, de 69 anos.
Um dos poucos homens presentes ao evento, Pedro Pereira da Silva, de 67 anos, considera sua presença importante como exemplo para mostrar que a osteoporose não é uma doença apenas de mulheres. “Depende da estrutura de cada um. Se cuidar bem permitirá uma vida mais saudável. Mas se não, com o passar dos anos, vai sentir as dificuldades. Tenho uma vida saudável”, disse.
Edição: Lílian Beraldo