Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A taxa de desemprego nos 39 municípios da região metropolitana de São Paulo atingiu, em julho, 11,1% da população economicamente ativa (PEA), o que indica estabilidade em relação a junho (11%). Mas, comparado às taxas do mesmo mês de anos anteriores, esse é o menor índice desde 1990 (11,9%).
Os dados são da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e da Fundação Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade). O número de desempregados na região metropolitana de São Paulo foi estimado em 1,199 milhão, 16 mil a mais do que no mês de junho.
De acordo com a pesquisa, 45 mil pessoas entraram no mercado de trabalho, quantidade maior do que o saldo de postos gerados no período (29 mil).
As maiores chances de emprego ocorreram na indústria, setor que apresentou expansão de 2,7% no movimento de contratações, com a abertura de 44 mil vagas. O comércio foi o segundo maior empregador, com 33 mil postos de trabalho, 2,2% acima do registrado em junho. Juntos, esses dois setores compensaram o recuo de 0,8% constatado em serviços, com o corte de 42 mil empregos, e de 0,4% em outros setores com a eliminação de 6 mil empregos.
O levantamento mostra que de junho para julho houve uma precarização das condições de trabalho, com queda de 33% na admissão de empregados com carteira assinada e aumento de 22% nos empregos informais. Na comparação com igual mês, no entanto, mantiveram-se em alta as contratações com carteira assinada (4,5%) e houve queda de 7,9% nos empregos informais.
Segundo o coordenador técnico da pesquisa pela Fundação Seade, Alexandre Loloian, esse movimento reflete “a insegurança do empregador” quanto aos rumos da economia interna e a influência que esse cenário pode vir a sofrer diante do arrefecimento da economia norte-americana e da crise em países da zona do euro.
Ele informou que o rendimento médio dos ocupados na região metropolitana de São Paulo ficou em 1.460,00 em junho, 0,5% abaixo do valor de maio, registrando queda pelo oitavo mês consecutivo, No entanto, em relação a junho do ano passado, houve correção de 3,5%.
Edição: Juliana Andrade