Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse hoje (31) que o objetivo do governo ao reduzir de 25% para 20% o percentual de adição do álcool anidro à gasolina teve como objetivo garantir o abastecimento do mercado interno.
Segundo Lobão, a decisão foi tomada, também, porque o governo estava convencido da necessidade de segurar os preços do etanol. “Eu estou convencido de que nós tínhamos que segurar os preços [do etanol anidro e do hidratado] e foi o que nós fizemos. Se não fizéssemos isto, o preço continuaria em alta,” disse.
O ministro disse que o governo vinha mantendo “seguidas reuniões” com os produtores e os distribuidores antes de tomar a decisão da redução do percentual de adição do álcool à gasolina. “Tomamos todas as precauções possíveis e devidas antes de chegarmos à conclusão de que, para conter as altas seguidas de preços e para a segurança do consumidor, esta era a melhor decisão a ser tomada”. Lobão adiantou que o governo trabalha com a expectativa de que os preços dos combustíveis comecem a cair nas bombas, a partir da decisão. Ele, no entanto, não soube precisar de quanto será a queda.
O ministro de Minas e Energia admitiu, ainda, que a Petrobras terá que importar “um pouco mais” de gasolina para atender a demanda interna. “A Petrobras já está importando e vai importar um pouquinho mais, não muito. Ela importa e exporta petróleo, da mesma forma que nós exportamos e importamos etanol. Este é um processo permanente de mão dupla”.
Sobre a possibilidade de o governo compensar a Petrobras pelos gastos a mais que a empresa vem tendo em decorrência da necessidade crescente de importar gasolina para atender ao mercado - uma vez que a estatal vende o produto no mercado externo abaixo dos seus custos de importação, Lobão admitiu que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, está avaliando o assunto. “O ministro Mantega está examinando um relatório da Petrobras sobre o assunto e, do ponto de vista do Tesouro Nacional, caberá a ele tomar a decisão que se fizer necessária”.
Edição: Aécio Amado