Alex Rodrigues
Repórter Agência Brasil
Brasília - Dizendo ter ficado “admirado” com a denúncia do jornal O Estado de S. Paulo de irregularidades no convênio de R$ 6,2 milhões que o Ministério do Esporte assinou com o Sindicato Nacional das Associações de Futebol Profissional (Sindafebol), o presidente do sindicato, Mustafá Contursi, negou qualquer tipo de problema. O convênio foi assinado em 30 de dezembro de 2010 pelo secretário executivo do ministério, Waldemar Manoel Silva de Souza, pelo assessor especial de Futebol do ministério, Alcino Reis Rocha, e por Contursi.
Pelo convênio, o sindicato ficou encarregado de criar o cadastro das torcidas organizadas, interligando-o à Rede de Integração Nacional de Informações de Segurança Pública, Justiça e Fiscalização do Ministério da Justiça (Rede Infoseg).
Segundo o jornal paulista, além de ter escolhido o sindicato sem licitação, o ministério liberou a verba “em tempo recorde”: a proposta do sindicato foi apresentada em 1º de novembro de 2010 e o dinheiro liberado em 11 de abril de 2011. A publicação sustenta que o projeto ainda não saiu do papel.
À Agência Brasil, Contursi rebateu as denúncias. Segundo o cartola, o dinheiro do convênio só foi efetivamente liberado em 17 de junho. E que um projeto piloto está em curso em Curitiba (PR) há cerca de 40 dias, tocado com recursos próprios. Além disso, Contursi garante que nenhum centavo do dinheiro liberado pelo ministério foi gasto até agora.
“Só soubemos que a verba estava disponível há pouco mais de dois meses. O recurso havia sido liberado antes, mas houve algum erro de tramitação e, por isso, a liberação só se consolidou em 17 de junho. O dinheiro não foi utilizado e está aplicado em uma conta”, assegurou Contursi. “As coisas só começaram a acontecer de forma consistente a partir de junho, quando analisamos que tínhamos que fazer um projeto piloto iniciado há pouco mais de um mês e que está terminando agora”.
De acordo com Contursi, o sindicato espera receber os resultados da experiência de Curitiba para, então, avaliar a necessidade de ajustes ao projeto. “Isso é algo que os convênios permitem que seja feito. Qualquer convênio pode ser reformulado durante sua vigência. Precisamos discutir isso no ministério”. Ele garantiu que não conversou com nenhum servidor do Ministério do Esporte a respeito da reportagem publicada pelo O Estado de S. Paulo.
O que o presidente do Sindafebol não soube responder é porque razão o ministério escolheu o sindicato para tocar o projeto sem licitação. “Isso você tem que perguntar ao ministério. Eu não sei se tem [que haver] licitação”, disse Contursi, que foi presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras.
Edição: Vinicius Doria