Sindicalistas pedem inclusão da segurança no trabalho na política industrial

09/08/2011 - 17h48

Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O governo federal acenou com a possibilidade de incluir a segurança do trabalho como tema transversal da política industrial, depois de alerta de sindicalistas sobre a tendência de o pretendido aumento da produtividade vir acompanhado de um aumento dos índices de acidentes com trabalhadores. O tema foi debatido hoje (9) durante o seminário Política Industrial e Desenvolvimento, organizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT).

“De fato não está clara a ligação da política industrial com a melhoria das condições de trabalho. Essa é uma reivindicação importante para a presidenta Dilma Rousseff incluir de forma transversal na política industrial”, disse o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, entidade vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges Lemos. “Dá, sim, para ter resposta imediata em relação a isso”, disse ele.

“Também faço parte do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial, e vou ajudar nessa argumentação com a presidenta Dilma. É importante dar condições para o aumento da produção, como pretende o governo [ao lançar a política industrial]. Mas isso deve vir acompanhado de medidas preventivas que garantam condições adequadas para os trabalhadores”, disse o presidente da CUT, Artur Henrique.

Para o economista da Universidade de Campinas (Unicamp), Anselmo dos Santos, a política industrial precisa ser compatível com a melhoria das condições de trabalho e remuneração dos trabalhadores. “Acho que ainda não há nada claro nas propostas que afirme essas perspectivas de melhoria das condições de trabalho”.

“A elevação da produtividade pode resultar no aumento do risco de segurança do trabalhador. Por isso é importante discutir a forma como essa produção será incentivada. Será uma grande oportunidade de rediscutirmos essas relações, já que o Brasil tem um mercado de trabalho muito precário”, complementou o economista.

 

 

Edição: Rivadavia Severo