Cepal nega associação entre crise atual e às anteriores, mas acende luz de alerta para as Américas

09/08/2011 - 12h33

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil


Brasília –  A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) rejeitou hoje (9) a análise que aponta a volatilidade financeira dos últimos dias como um prenúncio de uma recessão semelhante à registrada em 2008 e 2009. A secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena, evitou comparações entre a crise financeira atual e as anteriores. Segundo ela, a comissão monitora atentamente os países da região porque entre seus principais parceiros estão os europeus e por isso deve haver atenção para os impactos causados pela crise.

“Eu não descarto nada em situações atuais", disse a secretária. "Acho que há uma preocupação, mas não há atenção [dos países que pertencem à Cepal], pois na crise de 2008 muitos foram pegos de surpresa. Agora não, agora não há atenção, há uma preocupação e há instituições observando o que acontece ", acrescentou Alicia.

Para a secretária, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e os órgãos financeiros vinculados à União Europeia (UE) estão conscientes da crise e atentos. Alicia lembrou que o Banco Central Europeu emitiu uma declaração "muito forte” em apoio aos países da Europa indicando uma sinalização positiva.

Segundo a secretária, a manifestação ontem (8) do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, também mostrou sinais de tranquilidade depois do acordo sobre a dívida norte-americana com o Congresso apesar da redução do rating dado pela agência de análise de riscos Standard & Poors.

"Acho que agora o foco mais importante é na Europa em vez dos Estados Unidos. Eu acho que nos Estados Unidos o debate é altamente politizado, mas continua a ser uma economia forte, com base importante para o desenvolvimento", disse.

Segundo ela, as economias latino-americanas estão sendo monitoradas pela Cepal de forma contínua. "O que eu vejo de mais preocupante é que os países europeus são importantes parceiros comerciais da China e, em seguida, indiretamente, das economias latino-americanas, particularmente aqueles da América do Sul que podem se ressentir do impacto", disse.

 

*Com informações da agência pública de notícias do México, Notimex  // Edição: Lílian Beraldo