Brasil e Argentina comemoram 20 anos de acordo nuclear

08/07/2011 - 19h41

Monica Yanakiew

Especial para a Agência Brasil


Buenos Aires – O Brasil e a Argentina comemoraram hoje (8) o 20º aniversario da Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (Abacc).

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse que a agencia é considerada um exemplo no mundo, e pode servir de modelo para outras regiões, como o Oriente Médio, a Península Coreana e a Ásia Meridional.

Rivais na década de 1970, quando eram governados por militares, Brasil e Argentina criaram em 1991 a única organização binacional de salvaguardas, cujo objetivo é garantir que todos os materiais nucleares sejam usados para fins pacíficos.

Por causa das cinzas do vulcão chileno Puyehue, que causou transtornos nos aeroportos de Buenos Aires, Patriota quase não consegue chegar a tempo ao ato de comemoração, do qual participaram também o chanceler da Argentina, Hector Timerman; o secretário-geral da Abacc, Odilon Marcuzzo do Canto; e o diretor do Organismo Internacional de Energia Atômica (Oiea), Yukiya Amano.

Em 1991, foi assinado um acordo entre o Brasil, a Argentina, a Abacc e a Oiea, que reconhece as inspeções recíprocas feitas pelos dois países.

Atualmente, existem 67 instalações nucleares sujeitas às salvaguardas da agência: 42 na Argentina e 25 no Brasil. E os dois países planejam construir, juntos, um reator de uso múltiplo.

Em junho passado, depois de mais de seis anos de negociações, o Grupo de Supridores Nucleares determinou que somente os países que atendem aos mais elevados padrões de proteção física, segurança e salvaguardas nucleares terão acesso desimpedido às tecnologias sensíveis de enriquecimento de urânio e reprocessamento de combustível nuclear. O acordo quadripartite foi reconhecido pelo grupo.

Depois do ato de comemoração, e antes de um encontro com a presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, Patriota falou sobre a saúde do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que foi operado de um tumor cancerígeno em Cuba. Segundo Patriota, o Brasil “ofereceu sua expertise médica” a Chávez

O chanceler também disse que a presidenta Dilma Rousseff telefonou hoje para Chávez. “Queremos que ele se recupere o quanto antes possível”, disse Patriota.

 

Edição: Aécio Amado