Paulo Virgilio
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Programa de Apoio à Tradução e Publicação de Autores Brasileiros no Exterior, do Ministério da Cultura, estará sendo apresentado na noite de hoje (8), na Casa de Cultura de Paraty, em um encontro do presidente da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), Galeno Amorim, com autores, tradutores, editores e agentes literários. A reunião faz parte da programação da 9ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip).
Publicado hoje (8) no Diário Oficial da União, o programa prevê a aplicação de R$ 12 milhões ao longo dos próximos dez anos. O investimento será progressivo, começando com R$ 1 milhão ainda em 2011 e aumentando a cada ano.
De acordo com Galeno Amorim, trata-se de uma política para internacionalização da literatura brasileira, “aproveitando o momento muito especial que o país vive, por conta de ganhos de sua ação política, da economia e do combate às desigualdades sociais”. A ação também é oportuna, segundo ele, por causa de eventos literários internacionais nos próximos anos em que o Brasil será o país homenageado: as feiras de Bogotá, na Colômbia, em 2012; Frankfurt, na Alemanha, em 2013; e Bolonha, na Itália, em 2014.
O presidente da FBN ressaltou que vários países têm políticas similares de apoio à tradução de livros de seus autores, mas o Brasil está inovando. “Criamos um programa que é ininterrupto e que já começa com duração prevista de dez anos. Isso dá aos editores e agentes literários uma maior previsibilidade, porque podem começar um trabalho agora, sabendo que daqui a cinco anos, oito anos ele continuará a ser apoiado”.
De acordo com o edital do programa de bolsas de tradução, as editoras estrangeiras que quiserem publicar livros de autores brasileiros receberão entre US$ 2 mil e US$ 8 mil. No caso da reedição de livros de autores brasileiros já publicados no exterior, mas que estejam fora de catálogo, o apoio varia de US$ 1 mil a US$ 4 mil.
Amorim explicou que podem se inscrever os editores estrangeiros que já detenham os contratos de direitos autorais para publicação das obras de autores brasileiros. As propostas serão analisadas pela FBN, que vai destinar os recursos em duas parcelas.
Para o presidente da Biblioteca Nacional, a meta é aumentar o número de livros brasileiros traduzidos e publicados no exterior. “O livro não leva apenas a cultura, mas o país como um todo, e ajuda a abrir portas nos campos das ciências, do comércio exterior e do próprio protagonismo do país no cenário internacional”, disse.
Participam do encontro, entre outros, o escritor e jornalista Edney Silvestre, as presidentas da Câmara Brasileira do Livro (CBL), Karine Pansa, e do Sindicato Nacional dos Editores de Livro (Snel), Sonia Machado Jardim, e a representante da Feira de Frankfurt na Flip, Marité Boix.
Edição: Aécio Amado