Da BBC Brasil
Brasília – O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, reforçaram hoje (25) a defesa pela saída imediata do líder da Líbia, Muammar Khadafi, no poder há mais de 40 anos. A reação conjunta ocorreu em uma entrevista coletiva concedida após reunião em Londres, onde Obama está para uma visita oficial.
O presidente norte-americano afirmou que a comunidade internacional fez "progressos enormes salvando vidas de civis na Líbia". "Khadafi e seu governo precisam entender que não haverá diminuição na pressão que estamos fazendo”, disse Obama, acrescentando que os Estados Unidos estão "firmemente comprometidos em terminar o trabalho" na Líbia.
Obama disse ainda que as ações na Líbia foram determinadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas e contam com o apoio de vários países, incluindo os árabes. “[O objetivo é] salvar vidas e garantir que não tenhamos o tipo de massacre que nos levaria a olhar para trás e nos perguntar por que não fizemos nada", justificou.
Cameron afirmou que não há futuro para a Líbia se Khadafi permanecer no poder e acrescentou que a Grã-Bretanha e os Estados Unidos estão analisando "todas as opções" para "aumentar a pressão" contra o governo do líder líbio. Obama e Cameron reconheceram que a missão das tropas da Otan na Líbia tem limitações, como a ausência de ações terrestres.
"Uma vez que você descarta [o uso de] forças terrestres, existem algumas limitações inerentes às nossas operações de ataques aéreos", disse o presidente norte-americano, acrescentando que essas ações militares precisam ser coordenadas com atividades terrestres da oposição líbia.
Os dois líderes também reafirmaram o compromisso de seus países com o combate ao terrorismo no Afeganistão. "Podemos derrotar a Al Qaeda e os eventos dos últimos meses nos deram uma oportunidade de mudar essa onda de terror de uma vez por todas", disse o primeiro-ministro britânico.
Cameron elogiou a ação americana que acabou tirando a vida do líder da Al Qaeda, Osama Bin Laden. "Devemos continuar destruindo a rede terrorista [da Al Qaeda] e parabenizo o presidente [Barack Obama] por sua operação contra [o líder e fundador da rede Al Qaeda Osama Bin] Laden. Isso não foi só uma vitória para a justiça, mas um golpe no coração do terrorismo internacional".
O primeiro-ministro destacou ainda a importância de trabalhar junto com o governo paquistanês na luta contra o terrorismo. "As pessoas perguntam sobre nosso relacionamento, então precisamos ser claros. O Paquistão sofreu mais com o terrorismo do que qualquer outro país no mundo. O inimigo deles é nosso inimigo. Não temos que nos afastar, temos que continuar cada vez mais próximos", disse o líder britânico.
Antes da entrevista, Cameron e Obama se reuniram na residência oficial do primeiro-ministro britânico, onde comeram churrasco. De acordo com Cameron, os dois líderes concordaram que as mudanças em defesa da democracia no Norte da África e no Oriente Médio devem ser permanentes e que a comunidade internacional precisa aproveitar esse "momento único em uma geração" para apoiar reformas democráticas na região.