Da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Para lembrar o Dia Mundial da Água, a Secretaria Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro promove, durante todo o dia de hoje (22), atividades como oficinas e palestras sobre o assunto no Encontro das Águas, na Lagoa Rodrigo de Freitas, zona sul da capital.
Uma das preocupação de entidades da área é a qualidade e a poluição das águas dos rios e lagoas do Rio de Janeiro. Para a presidente da Comissão de Saneamento Ambiental da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj), deputada Aspásia Camargo (PV), a situação é muito grave e não há o que celebrar.
“A situação é a pior possível porque hoje todos os nossos corpos d'água estão gravemente poluídos. Não é uma poluição menor ou insignificante, é no mais alto grau”, avaliou. Para ela, as lagoas da Barra “são praticamente esgotos a céu aberto”.
Segundo a deputada, a constatação foi feita após o sobrevoo de helicóptero sobre o sistema lagunar da Barra da Tijuca, de Jacarepaguá, da Vargem Grande e sobre a Baía de Guanabara, região que ainda pode ser recuperada. “Nós temos eventos extraordinários no mundo inteiro, como as baías de São Francisco [Estados Unidos] e de Tóquio [Japão] que estão sendo despoluídas. Nós podemos despoluir nossa baía”, disse.
A parlamentar ressaltou ainda que o desperdício de água e o lixo são grandes inimigos das bacias hidrográficas do estado. ”De fato, 50% da água capturada no Rio Paraíba do Sul e em outras fontes vão sumir nos canos malconservados e velhos. Se recuperamos esses 50%, saímos da faixa de escassez, que já começa a ser aguda”, afirmou.
A diretora de Gestão das Águas e do Território do Instituto Estadual do Ambiente, Rosa Formiga, confirmou que existe uma escassez de água, mas não de água bruta e tratada para a população. Ela informou que já ocorreram avanços na contenção da degradação, como um pacto pelo saneamento que tem por objetivo coletar e tratar 80% do esgoto urbano do estado até 2018. No entanto, segundo Rosa, ainda há mais a ser feito.
“Nós conseguimos reverter a degradação progressiva dos corpos d’água. Nós não conseguimos ainda recuperar a qualidade das águas. Em suma, o que a gente fez foi muito importante, mas não foi suficiente. Vamos precisar de mais planejamento, investimento e conscientização”, disse.
A diretora do Inea defendeu um engajamento do município, do estado e da população para superar problemas como o lixo, o desperdício de água e ocupação desordenada. “É preciso coletar e tratar esgoto. De modo geral, temos um problema crônico que é a invasão das margens dos rios. Essa ocupação desordenada impacta diretamente nos rios e lagoas. Não só com esgoto e lixo, mas também no aporte de sedimentos, que acaba assoreando os rios”, destacou.
Também para lembrar o Dia Mundial de Água, a CCR, concessionária que administra a Rodovia Presidente Dutra, distribui hoje folhetos com informações do projeto Nascentes, que visa a plantar mudas de Mata Atlântica nas nascentes de rios ao longo da via.
Edição: Juliana Andrade
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