Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Comitê Norueguês do Nobel anunciou hoje (8), às 6h (horário de Brasília), que o dissidente chinês Liu Xiaobo, 54 anos, é o vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2010. Xiaobo foi escolhido, segundo o comitê, por sua “longa luta não violenta em defesa dos direitos humanos”. O dissidente está preso em uma cidade próxima a Pequim, depois de participar de manifestações em defesa da liberdade de expressão e da democracia.
O valor do prêmio é de US$ 1,5 milhão. Por mais de duas décadas, Xiaobo foi um porta-voz de campanhas em defesa dos direitos humanos na China. Ele é o autor da Carta 08 - um manifesto feito em defesa dos direitos humanos e publicado em dezembro de 2008.
Em 2009, Xiaobo foi condenado a 11 anos na prisão e teve os direitos políticos suspensos por dois anos. A condenação se baseia na acusação de ele "incitar à subversão do poder estatal".
A campanha para estabelecer a universalidade dos direitos humanos na China também está sendo travada por muitos chineses, tanto no próprio país quanto no exterior. Por meio da severa punição infligida a ele, Xiaobo tornou-se o símbolo mais importante da luta dos direitos humanos na China.
Segundo o comitê, a escolha de Xiaobo foi feita porque se acredita que “há uma estreita ligação entre os direitos humanos e a paz. Esses direitos são uma condição prévia para a fraternidade entre as nações", disse Alfred Nobel, criador do prêmio, no testamento dele.
O comitê lembrou que a China tem conseguido avanços econômicos nas últimas décadas e é a segunda maior economia do mundo. Também ressaltou que as possibilidades de participação política foram ampliadas, mas destacou que o país viola vários acordos internacionais. A crítica à China se refere ao item violação das liberdades.
Em 2009, o presidente norte-americado Barack Obama recebeu o Prêmio Nobel da Paz.
Edição: Graça Adjuto