Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O tremor de 4,5 graus na escala Richter, que ocorreu hoje (8) na cidade de Mara Rosa (GO), foi o segundo registrado em menos de uma semana. De acordo com o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília, na última segunda-feira (4), outro tremor, dessa vez com magnitude de 3,6 graus na escala Richter, aconteceu próximo a divisa entre Goiás e o Tocantins. O tremor de hoje também foi sentido em Brasília, que fica a 483 quilômetros do município goiano.
De acordo com a professora do observatório, Mônica Von Huelsen, a magnitude desse tremor é classificada como baixa e média. “Como o brasileiro não está acostumado, se assusta com facilidade. Se balançar alguma coisa, sentir um tremor, todo mundo vai sair correndo desesperado”.
Os estados de Goiás e do Tocantins são cortados por uma faixa sísmica, também chamada de lineamento transbrasiliano. Segundo a professora, tremores nessa região são comuns, pois ficam sobre as falhas sismológicas que estão em movimento. “Existem falhas na região. Também é comum ter eventos sequenciais. Podem ter outros, mas a gente espera que os próximos sejam de menor magnitude”.
Mônica afirmou que o tremor de hoje não foi perigoso. “Em construções sólidas, ainda não causa nada, pode causar em construções rudimentares. Por enquanto, pode ficar tranquilo, não oferece perigo”.
Segundo o professor do observatório, George Sand, no Distrito Federal (DF), já foram sentidos vários tremores, porém o de hoje foi o de maior intensidade. Em Brasília, houve um tremor no ano 2000, próximo à cidade-satélite de São Sebastião, com magnitude de 3 graus. “Se o terremoto de hoje tivesse o epicentro no DF, teria provocado muitos danos”.
Sand explica que quem está em prédios altos sente os tremores com mais intensidade. "Os edifícios já possuem uma frequência de oscilação. As pessoas que estão nos prédios mais altos vão sentir o tremor. Porque o prédio entra em ressonância com o terremoto", afirma.
Durante a tarde, a Defesa Civil do DF recebeu diversas ligações de pessoas preocupadas com o tremor. De acordo com o major Rogério Dutra, as principais ocorrências foram registradas por órgãos públicos. “Recebemos solicitações do Palácio do Buriti, do Tribunal Regional do Trabalho e alguns outros [orgãos]. A princípio, nós orientamos os engenheiros a fazer uma perícia nas estruturas das edificações para saber se foram afetadas. Até agora, não houve danos”.
Edição: Lana Cristina