Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo da Rússia entregou hoje (8) ao Aquivo Público Nacional cópias de documentos de Luís Carlos Prestes que estão no Arquivo do Estado Russo de História Política e Social. Foram entregues cópias de três manuscritos de Prestes da época em que ele esteve em Moscou, entre os anos de 1931 e 1934. Entre os documentos estão um texto em que Prestes comenta a situação do Brasil com base em notícias de jornais brasileiros.
O primeiro vice-ministro de Relações Exteriores da Rússia, Andrey Denisov, disse que os documentos fazem parte da história comum de Brasil e Rússia. Além disso, ele disse que essa entrega “ocorre em um momento em que as relações entre Brasil e Rússia estão tão próximas”. Os documentos, para Denisov, poderão ser muito úteis. “Caminham para indicar novos cursos e interesses para pesquisadores”, afirmou.
A viúva do líder comunista, Ana Maria Prestes, disse que os documentos representam um legado para toda a sociedade brasileira. “O legado de Prestes pertence a todo o povo brasileiro. Não pertence a mim, nem aos meus filhos, nem netos, nem pessoa alguma”, disse.
Luís Carlos Prestes Filho disse que a entrega das cópias dos documentos do pai abrem um caminho importante na relação da história do Brasil e da Rússia. “Nesses arquivos da Rússia vamos ter descobertas relativas ao que grandes escritores e poetas russos e líderes políticos russos escreveram sobre o tema”, comentou.
O diretor do Arquivo Nacional, Jaime Antunes, informou que também foi entregue hoje uma listagem com outros documentos russos relacionados a Prestes e que na próxima semana serão feitas tratativas para que o Arquivo Nacional receba cópias desses documentos.
“Sabemos que há mais material da década de 1960. A ideia é que nessa proposta de retomada de conversas entre o Arquivo Nacional e o arquivo da Rússia nós possamos obter, além desses documentos já listados, a identificação de mais arquivos relacionados ao Prestes que possam ser digitalizados e enviados ao Arquivo Nacional”, explicou. Antunes disse ainda que, assim que os arquivos forem digitalizados, estarão a disposição do público no Arquivo Nacional.
Edição: Vinicius Doria