Candidatos à Presidência do Chile encerram oficialmente a campanha hoje

10/12/2009 - 10h10

Renata Giraldi
Enviada Especial
Santiago (Chile) - Os candidatos que disputam a sucessão da presidente chilena, MichelleBachelet, encerram oficialmente hoje (10) as campanhas políticas. Pelalei, cartazes, panfletos e faixas devem ser retirados das ruas, mas asprincipais avenidas de Santiago (capital chilena) continuam lotadaspelas propagandas eleitorais. Com a revelação recente de que oex-presidente Eduardo Frei Montalva foi envenenado durante a ditadura,o tema que predomina nos debates é a questão dos direitos humanos eeventuais mudanças na Lei de Anistia. Pesquisa de opiniãopublicada hoje no jornal La Tercera, um dos maiores do Chile, informaque candidato da oposição Miguel Sebastián Piñera, da coligaçãoAlianza (centro-direita) detém 44,1% da intenções de votos, oex-presidente e candidato Eduardo Frei Ruiz, da coligação Concertación(de Michelle Bachelet), está com 31%, e o candidato independente MarcoEnriquez-Ominami Gumucio obtém 17,7%.A presidente chilena aproveita esta quinta-feirapara visitar a cidade de Hornos de Lonquén, ao sul de Santiago – ondeforam encontradas ossadas de supostas vítimas da ditadura que dominou opaís por 17 anos e provocou o desaparecimento de cerca de 3 mil pessoas. EmHornos de Lonquén, Michelle Bachelet anunciará que a prioridade dogoverno e do Congresso Nacional é discutir e definir cinco projetosrelacionados a direitos humanos, inclusive um que trata da revisão daLei de Anistia. Para analistas políticos, é um meio de Bacheletcolaborar para a campanha de seu candidato – Eduardo Frei Ruiz. Paralelamenteos principais candidatos à Presidência tentam manter agendas próprias.Piñera concentra seu discurso na necessidade de mudança depois de 20anos da esquerda no poder. Frei Ruiz prefere dar atenção aostemas de direitos humanos e à Lei de Anistia. Tanto é que ele estará no mesmoevento do qual a presidente participará na cidade de Hornos de Lonquén.Enriquez-Ominami,que foi elogiado pela embaixadora chilena na Suíça, Carolina Rosseti,reagiu à pressão da chancelaria do Chile que criticou a posição dadiplomata. Para Ominami, a reação da chancelaria é um cerceamento àdemocracia.No próximo domingo (13),cerca de 9 milhões de chilenos irão às urnas para escolher o presidenteda República, 40 senadores e mais 120 deputados. Pelas pesquisas deopinião, haverá segundo turno no Chile, a ser realizado em 17 de janeiro.