Renata Giraldi
Enviada Especial
Santiago (Chile) - ODemocratas (DEM) enviou quatro representantes para observar aseleições no Chile. Oposição ao governo do presidente Luiz InácioLula da Silva, o DEM está convencido de que a eventual derrota deMichelle Bachelet, mesmo com 80% de popularidade, pode servir comouma espécie de lição para os partidos de oposição no Brasil.Para analistas políticos chilenos, não há transferência de votosde Bachelet para o candidato governista Eduardo Frei Ruiz.Estão noChile o ex-prefeito do Rio Cesar Maia – pai do presidente do DEM,deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ); os deputados Alceni Guerra, doParaná, e Germano Bonow e Matteo Chiarelli, do Rio Grande do Sul.Todos estão sendo custeados pelo partido nos dias que passarão emSantiago.“Estaseleições têm muito a nos ensinar. O Chile tem um passado deviolência e derramamento de sangue e agora pode fazer uma transiçãoda esquerda para a direita sem traumas nem choques”, disse Guerra. Para ele,“é muito interessante observar que a presidente Bachelet, com umaaltíssima popularidade, pode sair derrotada”.Para osdeputados Bonow e Chiarelli, as eleições no Chile devem serobservadas como uma lição. “Estive nas eleições no Uruguai e vicomo a população participa nas ruas e tem interesse pela política.Isso é do latino-americano. Mas aqui me espantou ver como sãopoucas as propagandas de rua”, disse Bonow.“NaAmérica Latina vivemos uma contradição perigosa que é osurgimento do não comprometimento com os valores democráticos erepublicanos. Temos de estar atentos”, afirmou Chiarelli.A corridaeleitoral no Chile envolve o candidato da oposição Miguel SebastiánPiñera, da coligação Alianza (centro-direita), o ex-presidenteEduardo Frei Ruiz, da coligação Concertación (de Bachelet), oindependente Marco Enriquez-Ominami Gumucio e Jorge Arrate (JuntosPodemos Mais), ambos da esquerda.Os cercade 9 milhões de chilenos irão às urnas no próximo domingo (13).Mas, de acordo com pesquisas recentes de opinião, deve haver segundoturno em 17 de janeiro. O presidente eleito no Chile assume o governoem 11 de março de 2010.