Renata Giraldi
Enviada especial
Santiago (Chile) - A campanha política no Chileacabou na madrugada de hoje (11) em clima de retomada de fôlego paraum segundo round. Osprincipais candidatos que disputam a sucessão da presidente chilena,Michelle Bachelet, que não concorre à reeleição por ser vetada nopaís, admitem que haverá segundo turno. No próximo domingo (13),cerca de 9 milhões de chilenos irão às urnas. Ontem (10), oscandidatos ficaram até tarde reiterando seus discursos.A disputapolítica no Chile envolve o candidato da oposição Miguel SebastiánPiñera, da coligação Alianza (centro-direita), o ex-presidenteEduardo Frei Ruiz, da coligação Concertación (de Bachelet), oindependente Marco Enriquez-Ominami Gumucio e Jorge Arrate (JuntosPodemos Mais), ambos da esquerda.Líder naspesquisas de opinião, Piñera defendeu a ideia de mudança tãopresente no eleitorado chileno. Segundo ele, o “tempo daConcertación já passou” e é necessário mudar. Em resposta,Frei, que aparece como segundo colocado nas intenções de voto,respondeu que é necessário fazer sempre o meaculpa e admitir que é preciso avançar.Paralelamente,Michelle Bachelet designou seu chefe de gabinete, Rodrigo Peñaidi,para integrar a equipe de campanha de Frei para um eventual segundoturno. Ontem, no último comício, o candidato governista fezcampanha ao lado do ex-presidente Ricardo Lagos, que deixou o governocom 65% de popularidade, e do secretário-geral do governo, JoséAntonio Viera-Gallo.Apontadocomo o fator surpresa da disputa, Ominami encerrou sua campanha em umcomício emocionado ao lado do pai, o senador Carlos Ominami e damulher. Segundo ele, todos os candidatos da esquerda – o próprio,Frei e Arrates – cometeram erros, mas que ainda há tempo de mudar.Últimocolocado nas pesquisas de opinião, Arrates atrai a simpatia deartistas e intelectuais. O comício de encerramento da campanha foidominado por um apelo pela união das forças de esquerda – ele,Ominami e Frei – em um eventual segundo turno contra a direitacapitaneada por Piñera.Em todosos discursos, os candidatos reconheceram a dificuldade de obter maisde 50% das intenções de votos no próximo domingo. Com isso atendência é que seja realizado segundo turno em 17 de janeiro. Opresidente eleito no Chile assume em 11 de março.