Administração da Ceagesp estima em R$ 15 milhões prejuízo com a chuva de ontem

09/12/2009 - 18h13

Ivy Farias
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A forte chuva que caiuontem (8) na capital paulista causou muitos prejuízos para o comércio. Na Companhia deEntrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), maior centrode distribuição de alimentos da América Latina, a administraçãoestima que o tempo em que o estabelecimento ficou fechado causouprejuízo direto de R$ 15 milhões, volume médio de negócios de umdia, além do desperdício de cerca de 80 toneladas demelancia, o que representa R$ 70 mil. Na Ceagesp, onde as águas chegarama ficar 1 metro acima do solo, o vendedor Lourivaldo Pereira de Carvalho precisou jogar fora partedas 2 mil que tinha para comercializar e perdeu por causa daschuvas. O prejuízo foi de cerca de R$ 5 mil. "Foi umcaminhão inteiro." Toda a mercadoria queteve contato com a água foi jogada fora. Para garantir que oscomerciantes não reaproveitassem a mercadoria, o fiscal AntônioCarlos Pedro passou o dia de hoje monitorando o local. "Qualquerproximidade com a água, que é muito suja, é motivo para que amercadoria seja jogada fora", explicou.O cenógrafo AécioSilva do Amaral contou que gastou R$ 240 na compra de um bote e dedois remos para conseguir chegar ao trabalho, na Vila Leopoldina,zona oeste da cidade, uma das mais afetadas pelas chuvas. "Levei40 minutos para vir de bote num trecho que dura dez minutos a pé ou cinco de carro." Amaral disse que chegoua encontrar um peixe no rio que se formou na avenida próxima a seulocal de trabalho. "Esta não é a primeira vez que issoacontece. Em 2005, vim para cá de caiaque", lembrou ocenógrafo. Ele disse também que,depois da primeira enchente, fez uma consulta com um médicoinfectologista, que receitou um sabonete especial para situaçõescom essa. "Já tomei vacina também, para me prevenir dedoenças", acrescentou.No mesmo bairro, acomerciante Ana Virginia Lutti, proprietária de um restaurante,disse que, por causa da enchente de ontem, perdeu dois computadores,uma balança de carne, um sofá e tudo o que estava na geladeira."Agora vou instalar comportas para evitar que a água suba."Segundo Ana, seis de seus funcionários correram perigo de vidatentando sair no meio das águas.Em entrevista coletiva,o prefeito Gilberto Kassab disse que não há previsão deinvestimentos para conter os efeitos das chuvas no próximo ano."Todo esforço será desenvolvido para os casos de chuvasintensas", afirmou. O cenógrafo Amaraldefendeu a realização, pelo Poder Público, de uma campanha orientando as pessoas para não jogar lixo na rua. "Eu encontreimuito lixo comum, como espigas de milho e óleo diesel. Tem que serfeito algo que choque as pessoas para que parem de jogar lixo narua", disse.