Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ogovernador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, antecipouo resultado do seu processo de expulsão da legenda ao recorrerao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar suspender o processoaberto pelo partido. Essa é a opinião do senadordemocrata Antonio Carlos Magalhães Júnior (BA), que temconversado permanentemente com membros do colegiado. Segundo ele,Arruda “esticou a corda” ao tomar tal decisão.“Seexistisse alguém que estivesse indeciso quanto ao voto agoraficou difícil [para Arruda]. A tendência naturalé por uma medida mais drástica. A grande maioria vaicaminhar agora para a expulsão”, disse o democrata baiano. Arruda éacusado pela Polícia Federal de fazer parte de um esquema depagamento de propina a deputados distritais e empresários.Dos 42integrantes da Executiva, 30 têm mandatos e concorrerãono ano que vem a cargos de deputado estadual, deputado federal,senador e a governos estaduais. Entre os 12 restantes – que nãoexercem mandato eletivo –, também existem potenciaiscandidatos nas eleições de 2010 e não querem versua imagem aliada à do governador José Roberto Arruda.Outropensamento comum entre os integrantes do colegiado é que, naeventualidade de o governador se livrar da expulsão, por votosecreto, todos os membros ficariam sob suspeição o que,politicamente, seria um problema a mais nas campanhas do ano que vem.Juridicamente,o partido já trabalha com a possibilidade de Arruda ter dadoum primeiro passo para questionar na Justiça a sua provávelexpulsão, alegando que os prazos estatutários teriamsido atropelados e que não teve tempo para apresentar suadefesa, por exemplo. “Aoesticar a corda”, como definiu o parlamentar, Arruda aumenta odesgaste com a legenda. Pelo estatuto, os candidatos àseleições nos estados e no DF serão escolhidospor convenção partidária. Neste caso, Arrudacorre o risco de perder espaço no partido para concorrer aqualquer cargo eletivo.