Pesquisa aponta redução da produção de madeiras e fornos irregulares na Região Norte

19/11/2009 - 13h07

Luiz Augusto Gollo
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Duas produções em queda de 2007 para 2008 são os destaquesda pesquisa Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (Pevs),divulgada hoje (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística (IBGE): madeira em tora, carvão e lenha e madeira parapapel e celulose.A primeira é extrativista e foi reduzida àforça da ação do governo, sobretudo do Ministério do Meio Ambiente. A fiscalização e a repressão às madeireiras e fornos irregularesdiminuíram em 13,8% a produção de madeira em tora, em 12,2% a de carvãovegetal e em 4,1% a de lenha. A queda de 4,6% na produção demadeira para papel e celulose, silvicultura forte nas regiões Sudeste eSul, significa cerca de 3 milhões de toneladas a menos – de quase 61milhões para pouco mais de 58 milhões – e foi consequência da retração domercado internacional, devido à crise econômica mundial a partir de setembro do ano passado.Apesquisa foi realizada pelo levantamento de dados com órgãosfiscalizadores, secretarias estaduais e autoridades municipais,incluindo matas naturais onde se pratica o extrativismo, como é exemploa castanha-do-pará, e áreas cultivadas, ou de silvicultura, como a damadeira para papel e celulose.Extensas plantações desse tipo de eucalipto e de pínus são cada ano mais características nosestados do Rio Grande do Sul, do Paraná, de Santa Catarina, de São Paulo, de MinasGerais, do Espírito Santo e da Bahia, além de um único município do Pará, Almerim. O extrativismo de madeira para construção,indústria moveleira, lenha, carvão e outros fins é mais visível naRegião Norte.A pesquisa abrange vários produtos resultantes doextrativismo e da silvicultura, ou de ambos, como a erva-mate, produçãoextrativista nos estados da Região Sul, onde é também cultivada em largaescala, assim como em Mato Grosso do Sul.Mas são os sete principais produtos que se destacam na pesquisa por valorde produção, ou seja, pela quantidade produzida e seu valor para oprodutor. A relação inclui o açaí, a amêndoa de babaçu, as fibras depiaçava, a erva-mate, o pó de carnaúba, a castanha-do-pará e a cera de carnaúba.Umasutileza explica a inclusão da carnaúba duas vezes na lista: opó que se obtém batendo a carnaúba é a base da cera de uso doméstico e, enquanto muitos municípios produzem apenas o pó, outros, com maior nível de sofisticação, fabricam a cera de carnaúba.Oaçaí é destaque na pesquisa pela constância com que figura entreos primeiros por valor de produção, tanto por extrativismo quanto porcultivo. O Pará detém a predominância quase absoluta da produçãonacional, com 581.290 toneladas cultivadas e 107.028 toneladas nativas,totalizando 92,2% de todo o açaí consumido no país e exportado.Para ogerente da Pevs, Luís Celso Guimarães Lins, os resultados dapesquisa estão dentro da expectativa, inclusive a queda dedeterminadas produções e as ligeiras oscilações de outras, como oaçaí. “O açaí teve um pico de produção em 2003, com 144 miltoneladas colhidas apenas na atividade extrativista no Pará, mas vem semantendo num nível alto de produção”, afirmou Lins.