Militares e civis do Brasil e do Peru participam de treinamento técnico em Manaus

19/11/2009 - 11h52

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - Uma comitiva demilitares e civis do Peru está em Manaus nesta semana paraparticipar de treinamento técnico na área de processamento digitalde imagens de radar e da 4ª Reunião de Trabalho BinacionalBrasil/Peru, que teve início hoje (19).A atividade faz parte das ações de apoio que governo brasileirodesenvolve desde 2007 para implantação da versão peruana doSistema de Proteção da Amazônia (Sipam), conforme prevê oMemorando de Entendimento sobre Cooperação em Matéria de Proteçãoe Vigilância da Amazônia, firmado entre os dois países em agostode 2003.O documento estabeleceos mecanismos que permitirão o acesso progressivo do Peru aos dadosgerados pelo Sipam. Em contrapartida, o governo peruano deve comprargradativamente do Brasil os meios tecnológicos e logísticosnecessários ao uso dos dados sobre o controle e a preservação domeio ambiente, vigilância meteorológica, climatológica eterritorial.Os centros gestores operacionais do Sipam (Censipam) são os responsáveis pelos cursosde capacitação de técnicos peruanos. Entre os benefícios quedevem resultar da cooperação binacional estão o planejamentoconjunto de redes de monitoramento hidrológico e o compartilhamentode informações que favoreçam a realização de estudos sobreimpacto ambiental e desmatamento.O gerente do Censipamem Manaus, Bruno Monteiro, disse à Agência Brasil que dezservidores do governo peruano treinaram nesta semana o sensoriamentoremoto fornecido por técnicos da instituição.Hoje (19) e amanhã,dirigentes do Sipam brasileiro, do Comando da Aeronáutica, daAgência Nacional de Águas, entre outros, irão receber autoridadesdo governo peruano para acertar novos detalhes das atividades queestão sendo realizadas.A versão peruana vaise chamar Sipan, que significa Sistema de Proteção da AmazôniaNacional. As outras três reuniões já realizadas ocorreram duasvezes em Lima (Peru) e uma em Rondônia.“A Amazônia não temfronteiras. Entendemos que todos os países amazônicos devem seintegrar para trocar informações e conhecimentos sobre cada umobjetivando a promoção e o cuidado da região como um todo”,destacou Monteiro.O coordenador doprojeto Sivam/Sipam peruano, Jorge Luís Cardich, lembrou que os doispaíses têm uma relação de unidade, considerando questõesnaturais. Ele citou como exemplo, o Rio Amazonas, que nasce no Peru echega ao território brasileiro.“A Amazônia tem umacontinuidade que atravessa fronteiras diferentes. Os paísesamazônicos [têm] problemas em comum e que precisam da uniãodos governantes desses territórios para que sejam melhorresolvidos”.Brasil e Peru dividemaproximadamente 3 mil quilômetros de fronteira, entre os estados doAcre e do Amazonas. A Amazônia peruana se estende por 778,5 milquilômetros quadrados, o equivalente a 61% da área do país.