Maioria dos beneficiários economicamente ativos do Bolsa Família tem empregos precários

19/11/2009 - 16h04

Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Um estudo do Institutode Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre o perfil doCadastro Único (CadÚnico) do Programa Bolsa Família indica que a grande maioria dosbeneficiários economicamente ativos do Bolsa Família tem vínculo empregatício precário outrabalham por conta própria. Vinte e dois por cento trabalhamna agricultura familiar; 15% são trabalhadores por contaprópria e outros 15% foram classificados como desempregados oucom inserção marginal na economia.Além desses, 13%dos beneficiários são empregados urbanos sem carteira;9% são trabalhadores domésticos (com ou sem carteiraassinada) e 7% são trabalhadores agrícolas semcarteira.Há ainda cerca de 5,6 milhões de beneficiários que sãoempregados com carteira assinada. O número corresponde a 19%da População Economicamente Ativa (PEA), de 16 anos oumais, que recebe o benefício (29,2 milhões de pessoas).O estudo tem como basea identificação de famílias com perfilsemelhante na Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar (Pnad) de 2006.A indústria de transformação responde por 22%dos empregos das pessoas que têm carteira assinada e sãobeneficiárias do Bolsa Família; 16% trabalham nocomércio e 14% na atividade agrícola.De acordo com o estudo,“não há nada de errado” no fato de pessoas com carteira assinadaserem contempladas pelo programa. “Eles estão no CadastroÚnico simplesmente porque têm famílias numerosase sua renda não é suficiente para a superaçãoda pobreza”, explicam os pesquisadores que assinam o estudo, JorgeAbrahão de Castro (diretor de Estudos e PolíticasSociais do Ipea), Natália Sátyro, José Aparecidoe Serguei Soares. Se enquadram no critério do programa, as famílias que tenham renda mensal per capita de até R$ 140.