Representante da ONU para direitos humanos foi a primeira juíza negra da África do Sul

04/11/2009 - 16h02

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - À frente do escritório do Alto Comissariado da Organização das NaçõesUnidas (ONU) para os Direitos Humanos (ACNUDH) desde setembro doano passado, a sul-africana Navanethem Pillay é um exemplo de superaçãoe luta. Negra, foi a primeira magistrada não branca da Corte Suprema deseu país e foi eleita para a ONU por recomendação do secretário-geralBan Ki-Moon. Na próxima semana, ela estará no Brasil onde deve discutir temas como a violência urbana, os confrontos entrepoliciais e integrantes de quadrilhas, além da proliferação do uso dedrogas entre crianças e adolescentes. Em 2003, Navy – como é conhecida – atuou como juízano Tribunal Penal Internacional de Haia (Países Baixos). Anteriormente,integrou como juíza e presidente o Tribunal Penal Internacional dasNações Unidas para Ruanda. Navy Pillay construiu suabiografia ao inovar, em 1967, em pleno regime de apartheid na ÁfricaSul, abrindo um escritório de advocacia na província de Natal.Consolidou sua carreira em defesa do fim do regime de segregação e desuas vítimas. Foi a primeira mulher negra a ser nomeada juíza doSupremo Tribunal de Justiça da África do Sul. Desde então, NavyPillay concentrou suas atenções na defesa das crianças, dos presospolíticos, das vítimas de tortura e de violência doméstica. Comsede em Genebra (Suíça), o escritório do Alto Comissariado das NaçõesUnidas tem cerca de 1 mil funcionários, em 50 países, e orçamento anualde US$ 150 milhões. Os principais objetivos do comissariado sãopromover o respeito universal aos direitos humanos fundamentais egarantir a proteção dos direitos e das liberdades individuais para todos. NavyPillay viaja pelo mundo para chamar a atenção sobre eventuais violaçõesde direitos humanos, estimula a promoção da educação e odesenvolvimento de leis internacionais nesta área e analisa a situaçãodos direitos humanos nos estados que integram a ONU.