Foz do Iguaçu ganha núcleo para tratar casos de violência contra a mulher na Tríplice Fronteira

04/11/2009 - 18h51

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - Casos de violência e tráfico contra a mulher migrante nos países da tríplice fronteira do Cone Sul – Brasil, Paraguai e Argentina - serãotratados a partir de hoje (4), no Núcleo da Mulher, na Casa do Migrantee no Centro de Referência de Atendimento e Prevenção da Mulher emSituação de Violência, inaugurados esta tarde, em Foz do Iguaçu, pela ministra Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Políticas para asMulheres (SPM). Os serviços farão parte de uma rede internacional de atençãoà mulher em situação de risco. Uma equipe multidisciplinar vai realizar um trabalho preventivo e educativo e prestaratendimentos como aconselhamento, atendimento psicossocial,acompanhamento jurídico, atividades de prevenção, qualificaçãoprofissional e articulação da rede local.Segundoa Secretaria da Assistência Social de Foz do Iguaçu, Rosilene Link, é grande o número de mulheres na fronteira vítima dotráfico de drogas, violência, exploração sexual, embora não haja divulgação desses fatos. Dados da Casa doMigrante mostram a crescente demanda de mulheres por atendimento. Nos últimos quatro meses, 600 pessoas procuraram ajuda, sendo que 56,5% erammulheres.De acordo com a SPM, a parceria com as Secretarias deMulheres da Argentina e do Paraguai, é um importante passo paraidentificar casos de violência e tráfico contra a mulher migrante eserá fundamental no encaminhamento aos serviços de atendimento àmulher. As representantes dos três países assinaram um memorando deentendimento para cooperação regional na tríplice fronteira, quebuscará meios para minimizar o tráfico de mulheres na região.A ação,segundo a SPM, inédita no mundo, é resultado da parceria com oMinistério do Trabalho e Emprego, através do Conselho Nacional deImigração, Ministério das Relações Exteriores, prefeitura de Foz deIguaçu e governos da Argentina e do Paraguai. Antes das inaugurações,a ministra esteve na Hidrelétrica de Itaipu, participando do seminário“Mulheres nos espaços de decisão e poder”, que faz parte dasprogramações da 18ª Assembleia Geral Ordinária do Comitê para asQuestões de Gênero do Ministério de Minas e Energia. Nilcéa disseque a desigualdade entre homens e mulheres, no Brasil, ainda é muitoacentuada. E que embora venha conquistando espaçoem vários setores, a representatividade feminina é pouco significativa na política. Na Câmara Federal e no Senado, a presença de mulheres gira entre 8,5% e 9%, mesmo querepresente 52% do total da população brasileira.