Dados de exportações e importações sofrem influências do câmbio, diz secretário

03/11/2009 - 17h15

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O secretário de Comércio Exterior do Ministério doDesenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral,apontou hoje (3) uma “relativa recuperação” nos dados deexportação e importação, mas disse que o processo sofre emdecorrência do câmbio. A expectativa, porém, é que a economianacional se recupere em novembro e dezembro, com o aumento dacomercialização de insumos. “Tem gente dentro do governoque acha que dá para resolver com medidas ortodoxas. Não tem comoresolver com medidas ortodoxas uma situação é completamenteheterodoxa, como o controle cambial da China”, afirmou Barral, queviaja hoje (3) para os Estados Unidos para retomar a agenda bilateralno esforço de incrementar o comércio.Segundo Barral, ogoverno federal tomou uma decisão “bastante acertada” em relaçãoà decisão de cobrar 2% de Imposto sobre Operações Financeiras(IOF) do capital externo que entra no país para investir em açõesou títulos irá atingir também alguns investidores que já estavamno país antes da medida.”Mas precisamos ver os efeitosdisso a médio prazo”, afirmou o secretário, contrariando asafirmações do ministro do Desenvolvimento, Indústria e ComércioExterior, Miguel Jorge, que criticou a medida. Segundo o ministro, acobrança de IOF não resolverá os problemas doexportador.Paralelamente o governo federal resolveuconcentrar as atenções no incremento do comércio com os EstadosUnidos. A decisão foi tomada depois que o Ministério doDesenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior concluiu que houvequeda nas exportações com perda de espaço para a China. “Perdemos por causa da crise e não estamos conseguindorecuperar. Uma das razões é o câmbio”, disse Barral. “Épreciso investir mais no mercado norte-americano. Nós continuamoscom todas as ações com promoção comercial e temos retomando aagenda com o governo dos Estados Unidos.”O saldo(superavit) da balança comercial brasileira registroucrescimento de 7,5% no acumulado do ano até o dia 31 de outubro, comUS$ 22,599 bilhões. O saldo do mês passado é praticamente o mesmoregistrado ao mesmo período de 2008, segundo dados do Ministério doDesenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.Houveaumento de vendas dos produtos semimanufaturados, como açúcar,recuperação dos industrializados e queda dos básicos. Asexportações de janeiro a outubro foram de US$ 125,879 bilhões e asimportações, de US$ 103,280 bilhões. Na média por dia útil, noperíodo, as exportações ficaram em US$ 605,2 milhões com queda de24,6% com o mesmo período do ano passado e as importações, US$496,5 também em queda, registraram 29,4% na mesma comparação.Emoutubro, o saldo da balança comercial ficou em US$ 1,328 bilhão comexportações de US$ 14,082 bilhões e importações de US$ 12,754bilhões. O saldo registrou média diária de US$ 63,3 milhões.Segundo Barral, os dados de outubro são "muito similares"aos de setembro.