Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os aviões de combate Rafale, que o Brasil poderá comprar da França, têmequipamentos com tecnologia dos Estados Unidos, o que poderia ser um entrave para o governo brasileiro vender os aviões aoutros países no futuro. A informação foi divulgada pelo ministro de Defesa daFrança, Hervé Morin, que se encontrou hoje (3) com o ministro daDefesa, Nelson Jobim. A Embraer foi impedida de exportar seus aviões Supertucanos àVenezuela, porque as aeronaves tinham equipamentos norte-americanos.No entanto, Morin disse que isso não seria um problema para uma futura comercialização das aeronaves pelo Brasil. “Existem em todos osprogramas, componentes muito pequenos, quechamamos de tijolos. Em um mundo globalizado, sempre vai ter, dentro dessa complexidade tecnológica toda, um pequeno detalhe que pode vir sim do país mencionado”, disse o ministro francês. Segundo ele, a parceria entre os dois países é mais profunda: “Quandofalamos de transferência tecnológica e parceria industrial, é outroassunto. Nessa parceria que estamos querendo começar com o Brasil, a indústria brasileira vai obter a capacidade paradesenvolver seus próprios programas. Com isso, a gente vai proporcionarà indústria brasileira um salto tecnológico muito grande”.O ministro francês destacou que a venda dos 36 aviões Rafale,produzidos pela Dassault, não são uma ação isolada. “Essaparceria estratégica que estamos mantendo com o Brasil interessa atodos os países da América Latina. Essa parceria, em primeiro lugar, épolítica, expressando o desejo da França e do Brasil de trazerrespostas conjuntas aos grandes problemas mundiais”, afirmou.