SUS deve fazer cirurgias com uso de robôs até 2010

31/10/2009 - 13h45

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - Até o primeiro semestre de 2010, cirurgias feitas com o uso de robôs deverão ser oferecidas aos pacientes doSistema Único de Saúde (SUS) . O primeiro centro a atender pelo SUSdeverá ser o Hospital de Câncer de São Paulo, ligado àUniversidade de São Paulo (USP). O anúncio foi feito no 18º CongressoBrasileiro de Cancerologia (Concan), que se encerra hoje(31), emCuritiba.Segundo o oncologista Ricardo Abdalla, especialista emrobótica e médico do Hospital Albert Einstein (SP), esse foi um dosassuntos tratados nos três dias do encontro, que reuniu os maioresespecialistas do mundo.Das 750 pesquisas científicas que foramapresentadas,  muitas relacionam o avanço do tratamento ao surgimentode quimioterápicos de última geração, equipamentos capazes de fazer odiagnóstico e o tratamento ao mesmo tempo, bem como radioterapia quetrata o tumor e preserva os tecidos sadios.Os participantesdefendem a incorporação pelos centros médicos dessas novastecnologias, dos avanços nas áreas de quimioterapia, radioterapia ecirurgia. Para eles, os  gestores públicos devem promover o acesso àpopulação.A robótica, por exemplo, já é usada em diversosprocedimentos oncológicos, como  cirurgias de laringe, cardiotorácicascom envolvimento do esôfago, cirurgias abdominais em relação aoaparelho digestivo, cirurgias urológicas para rins, suprarrenais epróstata e cirurgias em oncologia ginecológica.Abdalla lembrou queatualmente existem quatro equipamentos de robótica no Brasil, em trêscentros de excelência em oncologia. “O objetivo é que mais pessoaspossam ter acesso aos seus benefícios.  O maior obstáculo é o altocusto.O robô Vince S custa cerca de US$ 2 milhões”, ressaltou. Mas, deacordo com o especialista, a aquisição do sistema é um benefícioenorme, já que proporciona cirurgias muito mais precisas e menosinvasivas, o que é traduzido em uma recuperação mais rápida e em menorperíodo de internação.O tratamento de câncer de intestino, por exemplo, foi um dos que apresentou maioravanço nos últimos cinco anos. Uma pessoa diagnosticada com câncer deintestino há quatro anos tinha expectativa de viver apenas seis meses,enquanto hoje a sobrevida passa de dois anos. O mesmo ocorre comalguns tumores de câncer de mama. Atualmente, mais de 50% dosadultos diagnosticados com câncer conseguem ser curados.Segundo o  presidente do congresso, Luiz AntonioNegrão Dias,  mesmo com todo o avanço, o mais importante  ainda é a prevenção. “Isso é simples. Se todas as pessoas corrigissem hábitos devida, parando de fumar, praticando exercícios e evitasse comidasgordurosas,  teríamos uma redução de 70% em novos  casos decâncer”.