Governo italiano diz que Battisti viveu como foragido da Justiça e não como refugiado

09/09/2009 - 12h08

Marco Antonio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Contratado pararepresentar o governo da Itália no processo de extradição doescritor e ex-ativista político italiano Cesare Battisti, emjulgamento que ocorre neste momento no Supremo Tribunal Federal(STF), o advogado Nabor Bulhões disse em sua sustentação oral que,após cometer crimes em seu país de origem, Battisti optou por viverna clandestinidade no Brasil entre 2004 e 2007, quando foi preso noRio de Janeiro.“Refugiado é um cidadão que, perseguido,procura as autoridades do país para pedir proteção e não aqueleque se esconde, que passa vários anos sem aparecer, fugindo daJustiça italiana, da Justiça francesa e da Justiça da UniãoEuropeia”, disse Nabor Bulhões, ao pedir que o STF descontitua orefúgio político concedido a Battisti pelo ministro da Justiça doBrasil, Tarso Genro, em 13 de janeiro deste ano. Segundo oadvogado, a decisão de Tarso partiu dos princípios equivocados “deque a Itália não é uma república democrática e não tem umamagistratura imparcial”.Battistifoi condenado à prisão perpétua em 1993, em julgamento à revelia,pela suposta autoria de quatro assassinatos entre 1977 e 1979, quandomilitava na organização de esquerda Proletários Armados peloComunismo.