Bioma Amazônia é o maior do planeta e ocupa metade do Brasil

03/09/2009 - 8h40

Karina Cardoso
Repórter da Rádio Nacional da Amazônia
Brasília - A Rádio Nacional da Amazônia completou 32 anos nessaterça-feira (1º) e no próximo sábado (5) é comemorado o Dia daAmazônia. Por isso, a rádio organizou a série especial Viver naAmazônia, que será exibida durante esta semana nas duas ediçõesdo Jornal da Amazônia. A Agência Brasil está reproduzindoas matérias. A reportagem de hoje é sobre a natureza naAmazônia.Reconhecida mundialmente, a Floresta Amazônica éa maior floresta tropical úmida do planeta, com cerca de 5,5 milhõesde quilômetros quadrados (km²), seis vezes o tamanho de MatoGrosso. Mais de 3 milhões dessa área estão em territóriobrasileiro e o restante está distribuído entre oito países.O bioma Amazônia, alémde ser o maior do planeta, ocupa metade do Brasil. Essa grandeza podeser percebida na variedade de vida da região, tanto na fauna quantona flora. São 40 mil espécies de plantas catalogadas, segundo oMuseu Emílio Goeldi. Mas a biodiversidade é tanta, que milhares deespécies sequer foram reconhecidas.“Tem áreas que sãode baixa densidade de coleta, como a Terra do Meio, o interflúvio [área mais elevada situada entre dois vales]entre o Rio Tapajós e o Rio Madeira, a Calha Norte, no lado esquerdodo Rio Amazonas. Então essa biodiversidade está toda desconhecida”,afirmou Samuel Soares Almeida, da Coordenadoria de Botânica domuseu.Além disso, é na Amazônia que encontramos a maior variedade deaves, primatas, roedores, répteis, insetos e peixes de água doce doplaneta. Para se ter uma ideia, um quarto da população de macacosdo mundo está na Amazônia. Além dos primatas, são mais de 300espécies de mamíferos, como a onça-pintada, a ariranha e o bichopreguiça.A floresta abriga cercade 3 mil espécies diferentes. A região também é rica empeixes ornamentais, que são comercializados para ser criados emaquários.“Os grandes símbolossão o cardinal, pela quantidade, e o disco, que é um dos peixesornamentais mais tradicionais, embora não tão comercializado porquejá foram muito reproduzidos em cativeiros. Mesmo assim, o disco éum dos carros chefes em termos de valor”, explicou o analistaambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos RecursosNaturais Renováveis (Ibama), Henrique Anatole.A FlorestaAmazônica está distribuída em diversos tipos de ecossistemas, dasflorestas fechadas de terra firme, com árvores com 30 a 60 metros dealtura, às várzeas ribeirinhas, aos campos e aos igarapés.Devidoa essa riqueza e biodiversidade, o extrativismo vegetal tornou-se aprincipal atividade econômica na Amazônia, e também o principalfoco de disputa entre nativos, governo e indústrias nacionais einternacionais.São mais de 200espécies diferentes de árvores por hectare que são foco direto dodesmatamento, principalmente as madeiras nobres, como o mogno e opau-brasil.O desmatamento e a extinção da flora e da faunasão, sem dúvida, os principais inimigos da Amazônia. O fim decertas espécies significa a perda de alimentos para muitos quedependem da floresta.“Estamos perdendo coisas que a gentenem sabe que existe. Como por exemplo a mandioca, que é cultivadapelos povos indígenas da Amazônia. À medida que a gente destrói afloresta, essas plantas vão embora. Ou seja, são alimentos que agente vai perdendo”, lamentou o biólogo e analista ambiental doParque Nacional Serra da Cutia, Antônio Mauro dos Anjos.Alémde trazer sérios problemas para o planeta por conta da emissão de gáscarbônico, o desmatamento compromete o andamento de pesquisasgenéticas e medicinais. Isso porque muitas dessas plantas estãoexclusivamente na Amazônia. De acordo com o Instituto Nacional dePesquisa da Amazônia (Inpa), são mais de 10 mil espécies que podemser usadas na medicina, na indústria cosmética e para controlebiológico de pragas.