Sem-terra conseguem marcar audiência e desocupam Ministério da Fazenda

11/08/2009 - 19h30

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Depois de mais de nove horas de ocupação, os sem-terra deixaram definitivamente a sede do Ministério da Fazenda, em Brasília. Há cerca de uma hora, eles tinham desocupado o saguão do edifício, mas permaneciam no estacionamento.Os manifestantes, ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), só saíram depois de serem informados que serão recebidos amanhã (12), às 11h, pela chefe da Casa Civil, ministra Dilma Rousseff, pelos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel. O encontro será no Centro Cultural Banco do Brasil, onde funciona, provisoriamente, a sede da Presidência da República.A audiência também pode contar com a presença de representantes do Ministério do Planejamento e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Um impasse atrasou o fim da desocupação em outros pontos do paí. Por causa do frio na Região Sul, os sem-terra pediram para dormir no pátio da sede do ministério no Rio Grande do Sul. O governo, a princípio, não queria aceitar, mas acatou a reivindicação. Amanhã cedo, os manifestantes deixarão o prédio na capital gaúcha.Por volta das 9h20, cerca de 3 mil manifestantes do MST ocuparam a portaria e o estacionamento do Ministério da Fazenda. Eles reivindicam a liberação de R$ 800 milhões em verbas bloqueadas do Incra, além da aceleração dos processos de desapropriação de fazendas e o assentamento de 90 mil famílias acampadas em todo o país.Além do prédio do Ministério da Fazenda, em Brasília, os militantes ocuparam outras sedes do ministério, nos seguintes estados: Pará, Paraná, Mato Grosso e Rio Grande do Sul. Em Florianópolis, São Paulo e no Rio de Janeiro, os manifestantes fizeram protestos na porta dos edifícios.Na Bahia, em Roraima, no Ceará e em Pernambuco, os trabalhadores rurais ocuparam as superintendências do Incra. Os militantes ainda ocuparam uma propriedade rural em Alagoas e, em Mato Grosso do Sul, estão fazendo uma marcha que chegará a Campo Grande na sexta-feira (14).