Oposição quer depoimento de Lina Vieira na CPI da Petrobras

10/08/2009 - 18h05

Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A oposição pretende convocar a ex-secretária daReceita Federal Lina Maria Vieira para depor na Comissão Parlamentar deInquérito (CPI) da Petrobras do Senado. O presidente do PSDB, senadorSérgio Guerra (PE), afirmou hoje (10) que a ex-secretária tem queexplicar se realmente houve um pedido da ministra-chefe da Casa Civil,Dilma Rousseff, para que a investigação da Receita sobre a família dopresidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), fosse agilizada.Guerranão descartou a possibilidade, inclusive, de que se convoque a ministra para depor. “Vamos atrás disso”, disse o tucano. Para ele, antes, será preciso que Lina Vieira confirme o que disse ao jornalFolha de S.Paulo. No final de semana, Lina afirmou que, em um encontro a sós, a ministra Dilma teria pedido pressanas investigações contra Sarney.“Ela [Dilma] me perguntou se eupodia agilizar a fiscalização do filho do Sarney. A ex-secretária disseque entendeu como um recado "para encerrar" a investigação, o que serecusou a fazer. "Fui embora e não dei retorno. Acho que eles nãoqueriam problema com o Sarney”, disse a ex-secretária em um trecho da reportagem.Paraque Lina seja convocada, a oposição precisará negociar com ossenadores da base do governo na CPI, que têm ampla maioria na comissão(oito contra três).Sérgio Guerra disse que as declarações daex-secretária da Receita são graves e precisam ser apuradas. “Essesfatos novos, que estão nos jornais, afirmações gravíssimas daex-secretária, nos levam à conclusão de que é preciso ouvi-la. Impossívelfazer de conta de que ela não disse nada, que tudo aquilo é umabrincadeira. Ela é uma pessoa de grande autoridade, sobre ela oconceito público é o melhor possível, técnico também. Portanto, temosque ouvi-la no Senado. Se é na CPI da Petrobras, não sei”, afirmou otucano, já prevendo dificuldades em superar o fato da base aliada ser maioria na comissão.“Não podemos desenvolver aqui, até onível que estamos desenvolvendo, a cultura da tropa de choque, damaioria pela maioria. Da razão de um lado e dos interesses de outrolado. Se for na base da aritmética, não vamos fazer nada e o Senadovai afundando porque falta a compreensão do espírito público”,acrescentou Guerra.