Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O comércio entre Brasil e Paraguai já demonstra recuperação, após a queda registrada desde o segundo semestre do ano passado causada pela crise mundial. Embora o total de exportações e importações bilaterais deva fechar este ano abaixo do registrado em 2008, o clima é de otimismo nos negócios. Entre os motivos, estão os recentes acordos assinados pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Lugo, em torno da energia produzida pela Usina de Itaipu e questão dos brasileiros que vivem no Paraguai, os brasiguaios.A avaliação é do secretário executivo do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Ivan Ramalho, que participou hoje (10) do Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos Brasil-Paraguai, no Rio de Janeiro. Segundo ele, a corrente de comércio entre os dois países vinha crescendo a um índice médio superior a 30% nos últimos anos e só parou por causa da crise econômica internacional.“Nos últimos anos, o comércio Brasil-Paraguai registrou grandes crescimentos. Em 2007, fluxo de comércio cresceu 36%. Em 2008, nós tivemos o maior crescimento da história entre os dois países, chegando a 51%”, disse Ramalho.De acordo com o secretário do MDIC, os negócios entre os dois países em 2006 foi de US$ 1,5 bilhão, passando para US$ 2 bilhões, em 2007, chegando a US$ 3 bilhões em 2008. De janeiro a junho de 2009, o valor já chega a US$ 909 milhões, segundo o MDIC. “Não temos que olhar para o resultado do primeiro semestre deste ano, que ainda é reflexo da crise financeira. Temos que olhar para os últimos três anos, que mostram o potencial existente no comércio entre Brasil e Paraguai. Nós podemos e vamos voltar a crescer, tão logo passe essa crise”, afirmou.Otimismo semelhante demonstrou o chefe da Divisão de Coordenação Econômica e Assuntos Comerciais do Mercosul do Ministério das Relações Exteriores, conselheiro Reinaldo Salgado. Segundo ele, o pior da crise já passou e a tendência é o comércio regional retomar a força demonstrada até o ano passado. “Por termos relações muito mais fortes com os países do Mercosul, nossa expectativa é que a economia se recupere em breve e possamos voltar aos níveis anteriores da crise”, disse.