Permanece impasse sobre início dos trabalhos da CPI da Petrobras no Senado

09/06/2009 - 18h12

Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Permanece o impasse sobre o início dos trabalhos daComissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras no Senado. Sem umentendimento entre a base do governo e a oposição em relaçãoà relatoria da CPI das organizações não-governamentais (CPI da ONGS)dificilmente a CPI da Petrobras será instalada amanhã (10), como estáprevisto. Com o impasse, a oposição continua com sua estratégiade obstrução no plenário do Senado, o que, na prática, dificulta a votaçãode matérias de interesse do governo. O líder do PSDB no Senado, ArthurVirgílio Neto (AM), pediu que todos os tucanos peçam vistas, nas comissões,das matérias de interesse “exclusivo” do governo.Já na CPI dasONGs, foi a base aliada quem decidiu iniciar hoje (9) uma estratégia deobstrução. Isso porque o presidente da comissão, senador HeráclitoFortes (DEM-PI), decidiu ignorar a questão de ordem apresentada pelolíder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), sobre a  mudança dorelator.Jucá argumentou que a atitude do presidente da CPI coloca arelação entre governo e oposição sub judice. “Apresentei umrequerimento [na CPI da ONGs] para tentar restabelecer um entendimentonesta comissão. A questão de ordem não foi respondida. Como a nossaquestão de ordem foi jogada no limbo, iniciamos o procedimento de que ogoverno estaria obstruindo a comissão”, argumentou Jucá.ParaArthur Virgílio, a questão de ordem do líder governista é uma manobrapara não investigar. “Eles não querem [investigar] e se abrirmos a[CPI] da Petrobras eles vão procurar usar a maioria deles para impedirque qualquer coisa séria ande. Só um cego não vê, e o pior cego éaquele que não quer ver”, afirmou.Para o senador HeráclitoFortes, a mudança na relatoria da CPI das ONGs não altera o andamento docolegiado. “Não podemos ficar com a CPI como estava. Adiantava ficarcom um senador da base, se eles não davam quórum? Estamos na mesmasituação que estávamos anteriormente. Tivemos dois anos a CPIfuncionando com um relator da base e eles não davam número. A verdade éque eles não querem apurar o mar de lama que existe dentro do terceiro setor, envolvendo ONGs, OCIPs e derivados”, disse Fortes.Autordo requerimento de proposição da CPI da Petrobras e um dos membrostitulares da comissão, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) também criticoua atitude do governo. “O governo não propôs [acordo], não houve nenhumaproposta nesse sentindo. Creio que não se instala balcão de negóciosquando se trata de CPI. Não se pode instalar balcão de negócios noCongresso de forma nenhuma, muito menos quando se trata de CPI”, destacou.