Governadores e prefeitos não devem deixar clima pré-eleitoral atrapalhar obras, diz Lula

09/06/2009 - 21h26

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ao destinar recursos para cidades atingidas com frequência por enchentes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelohoje (9) para que prefeitos e governadores não deixem o climapré-eleitoral deste ano atrapalhar o andamento de obras. “Estamosentrando em um momento nervoso da vida nacional. Afinal de contas,estamos em um ano pré-eleitoral e não devemos permitir que o processoeleitoral crie qualquer impossibilidade de a gente consagrar orelacionamento, que conseguimos criar entre os entes federados”,afirmou Lula, em cerimônia que reuniu prefeitos e governadores no Palácio doBuriti, sede oficial do governo do Distrito Federal.No evento,Lula reclamou dos órgãos de fiscalização por, em diversas ocasiões,travarem a continuidade das obras. De acordo com o presidente, afiscalização tem sido “dura e irresponsável”. “Tem sempre uma vírgulaque impede a coisa de acontecer”, alegou. O ministro doTribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, apontou hojedeficiência e falta de planejamento no pagamento das obras do Programade Aceleração do Crescimento (PAC). De acordo com o ministro,responsável pelo parecer prévio dos gastos do governo federal em 2008,foram registrados 92% de empenho do PAC no ano passado, mas apenas 21%dos valores foram liquidados.O presidente criticou ainda asdivergências entre ministros, que também atrasam a execução dos projetos,e aproveitou para elogiar a competência da ministra-chefe da CasaCivil, Dilma Rousseff, coordenadora do PAC. "Um entende assim, outroentende assim. Um é de fiscalização, outro é de fiscalização. Em vez desentar na mesa, tomar uma cerveja e resolverem, passam meses [deindefinição]”, brincou. Lula pediu aos prefeitos e governadorespara criarem um conselho de gestão e apresentarem projetos, porque aUnião tem dinheiro para financiá-los. “Nesse momento em que agente não está preocupado em fazer superávit primário, não estápreocupado em deixar de gastar o dinheiro em boas coisas por conta dacrise mundial. Aproveitem. Eu não sei se daqui a cinco, seis, dez anos vai ter a mesma facilidade de dinheiro que tem agora. Nessa crise agora, eu poderia não estar anunciando isso”, disse. Ogoverno investirá R$ 4,7 bilhões em obras de dragagem e redes pluviaisem 109 municípios de 18 estados, atingidos com frequência por enchentes,chamado de PAC Drenagem. São Paulo, Campinas e Baixa Santista receberão  R$ 1,1 bilhão (22,9%). Depois, aparecem Rio de Janeiro, com R$ 802,4 milhões, e Minas Gerais, com R$ 625,5 milhões. SantaCatarina, estado atingido por temporais no ano passado, receberá R$525,6 milhões. Para o Piauí, onde uma barragem rompeu- se neste mês porcausa das cheias, serão destinados R$ 75 milhões.  De acordocom o Ministério das Cidades, foram selecionados projetos com conclusãoem 2010 nos municípios com inundações recorrentes.