Nova sede do Mast terá laboratório para restaurar documentos científicos

05/05/2009 - 7h06

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos  (Finep), Petrobras, Eletrobrás e Furnas, no valor total  de R$ 3 milhões, o Museu de Astronomia e Ciências Afins do Rio de Janeiro (Mast),  do Ministério da Ciência e Tecnologia,  se prepara para inaugurar até agosto sua nova sede, localizada no bairro de São Cristóvão, na zona norte da cidade. A inauguração marca o Ano Internacional da Astronomia.

Como se trata de um bairro que abriga vários museus, o diretor do Mast, Alfredo Tolmasquim, busca parcerias com pequenas empresas para criar uma espécie de roteiro turístico da área. “Nós estamos  tentando envolver pequenos empresários locais, no sentido de fortalecer essa idéia e, com isso,  revitalizar a região”.

Tolmasquim disse que o novo prédio vai ganhar dois laboratórios. Um deles guardará documentos científicos em papel. O outro será o primeiro laboratório de restauração de instrumentos científicos e históricos do continente latino-americano.  “Nós não temos conhecimento de nenhum outro  (laboratório) na América Latina com essa característica de preservar instrumentos científicos antigos”, afirmou.

Com recursos da Finep, no valor de R$ 2 milhões, o Mast  iniciará no segundo semestre deste ano a construção de uma nova biblioteca, cuja inauguração está prevista para o fim de 2010. A unidade abrigará um acervo de cerca de 70 mil volumes da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e será dotada de salas de aula para pós-graduação. “Eu diria que a grande riqueza dele são periódicos e publicações científicas antigas, algumas do fim do século 19, algumas de academias de ciências que a gente só encontra nessa biblioteca”.

A unidade deverá atender a um público especializado, formado por pesquisadores. Alfredo Tolmasquim informou, contudo, que haverá uma sessão voltada para o público em geral, especialmente estudantes, com acesso à internet e obras de referência. Com a reforma e ampliação do Mast, a expectativa é de que a atual média  de 50 mil visitantes por ano passe para 150 mil pessoas/ano. “Nós vamos triplicar a área de exposições para o público”.

Alfredo Tolmasquim destaca o crescimento do interesse dos brasileiros pelas ciências. Pesquisa de opinião pública realizada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia mostrou o interesse da população pelo conhecimento científico. “O que falta na verdade é acesso a esse conhecimento. Uma preocupação que nós precisamos ter é criar  mecanismos para as pessoas, em especial os jovens, terem acesso ao conhecimento científico, que hoje é um critério de cidadania”.

O diretor do Mast explicou que muitas questões que envolvem a sociedade em geral estão relacionadas à ciência. Citou, como exemplo,  os temas da clonagem, energia nuclear, formas alternativas de energia, reciclagem, presentes diariamente na imprensa. “São questões que afetam diretamente a população. Então, é importante que ela tenha cada  vez mais acesso a esse conhecimento. E que ele seja democratizado e não fique restrito à área acadêmica”.

Segundo Tolmasquim,  as escolas têm  mostrado interesse maior em levar seus estudantes para museus e centros de ciências. Ainda neste mês, o Mast estará inaugurando uma exposição  sobre o uso da fotografia  na pesquisa cientifica, mostrando como expedições antropológicas e etnográficas utilizavam a fotografia  como forma de conhecer e registrar o mundo. Em junho, será aberta  exposição sobre as estações do ano, explicando, entre outras curiosidades, porque existe verão e inverno, porque os dias são maiores ou mais quentes.