Relatório conclui que Brasil tem setor privado mais eficiente que o público

16/04/2009 - 16h52

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Oambiente empresarial é um dos diferenciais brasileiros na atração deinvestimentos estrangeiros. Essa é a tônica do Relatório de Competitividade Brasil 2009,elaborado pelo Fórum Econômico Mundial e pela Fundação Dom Cabral.Outra conclusão do relatório é que a ineficiência pública constrasta com a eficiência da iniciativa privada. “OBrasil são dois brasis. Um Brasil econômico, com os sérios problemasque nós conhecemos, e o Brasil empresarial, que se coloca entre ospaíses mais competitivos do mundo”, avaliou o professor de Inovação e Competitividade da Fundação Dom Cabral, Carlos Arruda, no lançamento do relatório.O diretor da consultoria McKinsey, Nicola Calicchio, observou que há uma grande diferença entre os critérios de competitividade ligados aosetor público e os do setor privado. No primeirocaso, o Brasil aparece em 121º lugar entre os 134 países do Índice de Competitividade Global do fórum. No que se refere à atuação do empresariado, o país sobe para a 30ª posição. “Oque a gente observa é um setor privado absolutamente dinâmico e um setorpúblico que, infelizmente, ainda é uma âncora para o crescimento e paraa competitividade do Brasil”, afirmou.Eleacredita que o próprio empresariado pode alavancar a competitividade dopaís. Para isso, seria necessário aumentar o nível de formalidade daeconomia. Na agricultura e na pecuária, por exemplo, 90% dostrabalhores estão na informalidade.  “Ossetores com baixíssimo grau de informalidade têm um altíssimo grau deprodutividade, que é o item mais relacionado ao crescimento e áprosperidade de um país”, disse Calicchio. O consultor lamentou o fato do Brasil ter apenas 2,8%da população empregada nestes setores com baixíssimainformalidade, enquanto 63,3% da população está em setores comaltíssima informalidade.  Alémdo aumento da formalidade, Calicchio sugere a adoção das práticasempresariais na economia de não-mercado. "O setor público focou muitoem processos e menos em resultados”, criticou. Por fim, ele propôs que oBrasil acompanhe três grandes tendências globais da atualidade: aumento daprodutividade do setor público; aproveitamento de novos consumidores, tendoem vista o tamanho do mercado brasileiro; e melhor aproveitamento dos recursosnaturais para atrair investimentos estrangeiros.