Escolas do Paraná têm que usar verba de emergência para completar merenda

08/03/2009 - 16h50

Lúcia Norcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - O atraso no repasse damerenda escolar não justifica a falta de alimentos verificadaem alguns dos 2,1 mil colégios estaduais paranaenses. Éo que argumenta o diretor-geral da Secretaria de Educaçãodo Paraná, Ricardo Bezerra. Segundo ele, os diretores quesouberam administrar a remessa dos alimentos ainda têmestoques até o dia 20 de março, quando seráentregue o primeiro lote deste ano dos itens não-perecíveise de carnes que compõem a merenda escolar. “Tivemosproblema na licitação, problemas com fornecedores e nãoconseguimos regularizar a situação até janeiro,como estava previsto. As compras da merenda escolar sãocomplexas, envolvem muitos fornecedores. É normal que ocorramproblemas”, justificou. As licitações sãofeitas na modalidade pregão eletrônico e constituídas,ao todo, de 71 lotes – um para cada gênero alimentíciodiferente.De acordo com odiretor, a secretaria não sabe o percentual de escolas queficaram sem merenda, mas “são casos isolados, uma minoria”.E para essas escolas, a orientação é que compremo que falta com parte dos recursos já liberados pelo programaEscola Cidadã, da Secretaria da Educação. Na quarta-feira passada (4), foram liberados R$ 1,5 milhão,verba que complementa os R$ 917 mil já liberados este mêspara compras de emergência de produtos in natura”, completouBezerra.Ao todo, a redeestadual atende a 1,3 milhão de alunos. A vice-diretora daescola João Bettega, do bairro Novo Mundo, Dinair de OliveiraRuiz, disse que o dinheiro já entrou na conta da escola. “E ainda temos estoque de alimentos. Nosso controle é muitorígido. São cerca de 800 alunos para atender”. Noinício do ano, a Secretaria de Educação pediuinformações sobre a quantidade de merenda que a escolaainda tinha. “Informamos que até meados de marçoa situação poderia ser contornada. E é o queestá acontecendo. Entretanto, se passar desse prazo poderemoster problemas”.A situaçãoé semelhante na Escola Pedro Macedo, no Portão, com 3,7mil alunos matriculados. “Esse atraso já estava previsto, fomos informados na última reunião que tivemos com aSecretaria de Educação. Estamos comprando os alimentosque faltam com a verba de emergência”, disse a diretora daescola, professora Deuzita Cardoso da Silva.No ColégioEstadual Vila Ajambi, em Almirante Tamandaré, regiãometropolitana de Curitiba, onde estudam 860 alunos, tambémfaltam apenas alguns itens da merenda. “Faltam alguns produtos, queestão sendo comprados diariamente com a verba de emergência”,explicou a diretora Maria Aparecida Andrade. Segundo ela, o antigodiretor entregou a escola com um planejamento bem feito. “Sabíamosque os nossos estoques teriam que ser administrados até aentrega da primeira cota deste ano”.Até o final doano serão repassados R$ 10 milhões para a merenda de todas as escolas do Paraná, além dos produtos que jásão entregues como o arroz, o açúcar e algunsalimentos não-perecíveis. No ano passado, foramrepassadas cerca de 4 mil toneladas de alimentos, com um orçamentode R$ 15 milhões. “Todo esse trabalho tem que ter umalogística perfeita”, afirma o diretor da Secretaria deEducação.