Sindicato diz que governo não pode ficar "só no discurso" sobre demissões na Embraer

04/03/2009 - 0h57

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente doSindicato dos Metalúrgicos de São José dosCampos, Adilson dos Santos, cobrou hoje (4) do governo que nãofique “apenas no discurso” e que tome providências quantoao corte de 20% no quadro de funcionários anunciado pelaEmpresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer). Ao participar deuma caravana com cerca de 100 dos trabalhadores demitidos naEsplanada dos Ministérios, ele pediu uma reunião com opresidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir ainda apossibilidade de reestatização da Embraer. “Até agora,não tivemos nenhuma comunicação. A empresa pegouR$ 8 bilhões e, em contrapartida, estamos vendo demissões.É um caos, precisamos que o presidente reverta isso. O governonão pode ficar só no discurso, tem que agir. Queremosque o Lula, de fato, olhe para os trabalhadores porque, atéagora, vimos dinheiro apenas para banqueiros e empresas.”Santos lembrou que atéas 9h de amanhã (5), as demissões estãosuspensas, mas acrescentou que a Embraer dá sinais de que ocorte será mantido.“A Embraer aplicoudinheiro em ações derivativas e perdeu. É isso quesignifica esse corte de 20%. Esse dinheiro público serviu paraespecular e o trabalhador paga a conta. Está na hora de ogoverno agir.”Durante a manifestação,o deputado Ivan Valente (P-SOL-SP) propôs a realizaçãode uma audiência pública na Comissão do Trabalhopara que sindicatos e a própria empresa possam debater asituação dos funcionários.A expectativa, deacordo com o sindicato, é de que ocorra ainda hoje uma reuniãocom o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi.Após passar porBrasília, a caravana segue rumo a Campinas, interior de SãoPaulo, para acompanhar uma audiência de conciliaçãoentre a Embraer e os sindicatos, no Tribunal Regional do Trabalho.