Ana Luiza Zenker
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Apesar de os dados divulgados hoje (4) pelo Ministério da Saúde apontarem uma redução de 40% nos casos de dengue notificados em praticamente todo o país, o secretário-adjunto de Vigilância em Saúde, Fabiano Pimenta, ressalta que esses números não devem servir para que governo e população se acomodem no combate ao mosquito transmissor da doença.“Nós não podemos relaxar, estamos ainda num período altamente favorável à transmissão de dengue no nosso país”, disse, em entrevista à Agência Brasil, se referindo às altas temperaturas registradas, depois de um período de chuvas em diversas regiões. “Isso favorece em muito a multiplicação do mosquito”.Pimenta enfatizou que os dados positivos devem ser um motivo para intensificar ainda mais as medidas de controle da infestação do Aedes aegypti. “É muito importante que esses dados sirvam de incentivo para nós continuarmos nessa linha de mobilizar a população, garantir a continuidade das ações dos municípios e monitorar permanentemente a situação no nosso país”, afirmou.Entre os fatores que possibilitaram essa redução no número de notificações, o secretário destacou uma maior mobilização e engajamento da população. Ele também explicou que, em algumas regiões, houve redução do número de pessoas suscetíveis ao vírus por já terem tido contato com ele anteriormente, o que diminui o número de casos. Além disso, ele destacou que houve um repasse adicional de recursos (R$ 128 milhões) para 633 municípios mais vulneráveis o que possibilitou a melhor estruturação dessas localidades.Fabiano Pimenta disse que os dados sobre o aumento no número de casos notificados em seis estados não foram uma surpresa já que, em alguns municípios onde foram constatadas mais ocorrências da doença, as informações coletadas anteriormente já mostravam que havia um índice alto de infestação pelo mosquito.“Com certeza um conjunto de ações que deveriam ter sido intensificadas para reduzir a infestação de Aedes aegypti não devem ter sido adotadas com a intensidade necessária”, justificou.Pimenta lembrou que a execução das ações de prevenção e combate à dengue é de responsabilidade do município e que, desde o ano passado, o governo federal e os estados têm atuado para evitar que a mudança de gestores, depois das eleições municipais, interrompessem a mobilização contra a dengue.