Pela primeira vez, Lula ocupa residência oficial dos presidentes da República, em Petrópolis

12/09/2008 - 21h31

Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Depois de cinco e oitomeses de governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aprimeira-dama Marisa Letícia finalmente vão se hospedarna residência oficial de verão dos presidentes daRepública, em Petrópolis, na região serrana doRio de Janeiro. Às 17h45, Lula e dona Marisa, chegaram aoPalácio Rio Negro, acompanhados do governador do RJ, SérgioCabral, e de sua mulher, Adriana Ancelmo, e do ministro da Educação,Fernando Haddad. Agora à noite, eles jantam no PalácioRio Negro.Lula e a comitiva foramrecebidos pelo prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo. Opresidente foi presenteado por Bomtempo com um par de abotoaduras eum prendedor de gravata com a coroa imperial. Dona Marisa ganhou umapulseira de ouro com trevos que representam a catedral de Petrópolis.O casal também recebeu um aparelho de jantar completo, cujaslouças têm retratados os pontos turísticos dacidade, como o Quitandinha, o Museu Imperial, o Palácio deCristal, o Palácio Rio Negro e a Catedral.O presidente e aprimeira dama vão dormir esta noite e a de amanhã namesma cama onde já se acomodaram pelo menos 15 dos presidentesdo Brasil desde 1903, quando o palácio, construído em1889, foi incorporado ao governo federal. Getúlio Vargas eJuscelino Kubistchek foram os que mais se hospedaram no Rio Negro.A tradiçãofoi interrompida em 1969, com o presidente Costa e Silva, e retomadaem 1997, com o então presidente Fernando Henrique Cardoso.O prefeito RubensBomtempo acredita que nestes quase 30 anos os presidentes emexercício deixaram de se hospedar no Rio Negro porque tinhampropriedades particulares de veraneio, como os generais ErnestoGeisel, em Teresópolis, e João Figueiredo, emPetrópolis, ou porque o momento econômico do paísnão era propício a visitar o palácio, o queocorreu com José Sarney e Fernando Collor de Mello.Na década de 80,o palácio foi cedido para o governo do estado e depois para aprefeitura de Petrópolis, quando ficou aberto àvisitação pública e para a realizaçãode saraus para convidados. Em 1997 o Rio Negro voltou para aadministração federal e, sob a responsabilidade doInstituto do Patrimônio Histórico e ArtísticoNacional (Iphan), passou por obras de reforma, orçadas em R$720 mil.“Durante quase 10anos, o palácio ficou sob a administração daprefeitura e nós devolvemos ao Iphan, que fez a reforma, comuma contribuição de R$ 220 mil da prefeitura. Nestemomento, o palácio não está aberto àvisitação, mas o projeto do Iphan é que ele sejaaberto e se transforme na casa dos presidentes”, lembrou Bomtempo.Neste sábado(13), o presidente vai a Duque de Caxias, na Baixada Fluminense,inaugurar um hospital. De volta a Petrópolis, Lula inaugurauma escola técnica e, ao lado dos ministros do Meio Ambiente,Carlos Minc, e do Turismo, Luiz Barreto, lança um programa deincentivo ao turismo em parques nacionais.À noite, opresidente assiste a um espetáculo de som e luzes. No domingopela manhã, Lula e dona Marisa deixam o Palácio RioNegro e seguem, de helicóptero, para a Ilha de Marambaia, nolitoral sul do estado, onde passam o dia.Para garantir asegurança nas ruas de Petrópolis durante a visita dopresidente, a Polícia Militar mobilizou 72 homens. Já aGuarda Municipal descolou 30 agentes para orientar o trânsitona cidade.