Filho de vereador é acusado de chefiar milícia que matou sete moradores de favela no Rio

20/08/2008 - 23h34

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Milicianos seriam osautores dos sete assassinatos ocorridos na favela do Barbante, nazona oeste do Rio, na madrugada de hoje (20), segundo investigaçõesda Polícia Civil. As duas mulheres e os cinco homens mortos- todos moradores da comunidade - não tinham antecedentescriminais. Um dos mandantes, informou o delegado de Campo Grande,Marcus Neves, seria Luciano Guimarães, filho do vereadorJerônimo Guimarães (PMDB), o Jerominho.Deacordo com Neves, a intenção do grupo, ao se passar portraficantes, era mostrar à comunidade a necessidade da atuaçãoda milícia na região. A Polícia Civil jáidentificou dez suspeitos de terem participado do crime."Alinha de investigação do inquérito policialaponta para a participação de milicianos que atuam nazona oeste da cidade na morte dos sete moradores da comunidade doBarbante. Eles agiram com a intenção de botar a culpaem traficantes, para fazer com que os moradores acreditassem que apresença de milicianos é imprescindível para queo tráfico de drogas não ocupe a região."LucianoGuimarães estaria chefiando a milícia conhecida comoLiga da Justiça no lugar de seu pai, o vereador Jerominho, eseu tio, o ex-deputado Natalino Guimarães, atualmente sempartido, que estão presos.O delegado explica quea milícia faz diligências esporádicas na favela,já que a presença da polícia é constante.Policiais militares ocupam a comunidade desde a madrugada de hoje,quando chegaram denúncias a respeito de disparos. Dois corposforam encontrados por eles ainda de madrugada, e mais dois durantemanhã de hoje.O Regimento de PolíciaMontada trabalhava com a hipótese de que traficantes teriamaproveitado o enfraquecimento dos milicianos para tentar invadir afavela. A comunidade , segundo a Polícia Civil, pode aindaser invadida por traficantes.