Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A expansão da capacidade de produção industrial está condicionada às alternativas e ao padrão de financiamento do setor, afirmou há pouco, na solenidade de abertura do 20º Congresso da Associação dos Analistas e Profissionais do Mercado Financeiro (Apimec), no Rio, o presidente da Federação das Indústrias do estado do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugenio Gouvea Vieira.Ele avaliou, entretanto, que “infelizmente o financiamento às empresas no Brasil é inadequado, insuficiente e caro”. Segundo Gouvea, o saldo das operações de crédito do sistema financeiro no país do setor privado representa cerca de 25% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma das riquezas produzidas no país, enquanto no Chile esse número alcança 68%, nos Estados Unidos 73% e na Europa é superior a 100%.Além da escassez de recursos, o presidente da Firjan disse que outro entrave ao financiamento do setor produtivo “é o elevado spread (taxa de remuneração) bancário, que faz com que a taxa de juros para o tomador de empréstimos seja muito maior do que a taxa básica da economia”. Por isso, Gouvea indicou a necessidade de fomento do mercado de capitais. “É fundamental para o desenvolvimento de todas as empresas, especificamente da indústria e para o crescimento econômico do país”.O empresário destacou que o mercado de capitais aproxima as indústrias dos investidores, além de poder gerar recursos a um custo que garante competitividade aos empreendimentos. Gouvea analisou, porém, que os recursos fornecidos pelo mercado de capitais ainda são escassos no Brasil. Informou que a taxa de capitalização bursátil (valor de mercado das empresas emissoras de ações integrantes da carteira teórica dos índices) atinge em torno de 50% no Brasil, contra 100% no Chile e 182% nos Estados Unidos.
Para o presidente da Firjan, o desenvolvimento do mercado de capitais é estratégico para a indústria e deve ser estimulado, porque constitui uma alternativa de financiamento direto e a custo mais baixo.