Diretor da Abin diz que Daniel Dantas quer desviar foco de investigações da PF

20/08/2008 - 22h42

Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O diretor-geral daAgência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Lacerda,creditou à competência de advogados o argumento deauto-defesa do banqueiro Daniel Dantas, que atribuiu a perseguiçõesas acusações sobre seu envolvimento em crimes decorrupção, evasão de divisas, formaçãode quadrilha, gestão fraudulenta e sonegaçãofiscal. Ao procurar denegrir as autoridades, assinalou Lacerda, oacusado tenta tirar o foco das investigações.Ex-diretor da PolíciaFederal, Lacerda disse que mandou investigar a informação,divulgada pelo revista Veja em 2006, de que seu nome estavaincluído numa lista de autoridades donas de contas em paraísosfiscais. Para ele, a revista agiu, na ocasião, com leviandade.Isso, ressaltou, tem se repetido em outras matérias querelacionam a Abin com casos de escutas telefônicas.Lacerda defendeu aintegração do trabalho das agências de governo.De acordo com ele, depois do atentado de 11 de setembro de 2001 quederrubou as torres gêmeas em Nova York (EUA), o paísresolveu fazer essa integração."Isto porque elesjá tinham conhecimento, por informaçõesdispersas, que iria ocorrer um atentado. De um lado, elas davam contade que seria pelo mar, de outro lado, que seria um ataque aéreo.Se houvesse integração, com certeza o ataque teria sidoevitado", opina Lacerda. A integração das agênciasno governo, segundo ele, atende às necessidades do Estadomoderno.Ele acentuou tambémque só a Polícia Federal tem equipamentos para fazerescutas telefônicas autorizadas pela Justiça. Essepapel, prosseguiu, não é da alçada da Abin, quenão tem mandato legal para isso. O diretor da Abin desafiou arepórter da revista Veja que acusou a agência depromover escutas telefônicas no Supremo Tribunal Federal (STF)e na Presidência da República a apresentar provasconcretas do fato. Lembrou ainda que foi feita varredura no STF naocasião da denúncia e nada foi constatado.Lacerda falou tambémsobre a interceptação da conversa, feita durante aOperação Satiagraha, entre o advogado Luiz Greenhalghe o Gilberto Carvalho, assessor da Presidência da República.O diretor da Abin explicou que isso foi possível a partir daescuta de ligações de Greenhalgh (advogado de DanielDantas) pela Polícia Federal. Ele convidou os parlamentaresda CPI a visitarem as instalações da agência paraconhecerem o seu trabalho.