Jobim diz que reaparelhamento militar é necessário e descarta corrida armamentista

31/10/2007 - 19h18

Hugo Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Defesa,Nelson Jobim, afirmou hoje (31), em audiência pública naComissão de Relações Exteriores e da DefesaNacional da Câmara dos Deputados, que a modernização dos equipamentos militaresé uma necessidade nacional e que é preciso vontade políticapara ser implementada. Ele descartou que o interesse de renovar o arsenal brasileiro seja resposta aos investimentos de outros paísessulamericanos. Durante maisde três horas de depoimento, Jobim cobrou a reflexãodos parlamentares sobre a necessidade de se modernizar o sistema dedefesa nacional. “Precisamos saber se estamos interessadosefetivamente em termos uma estrutura e um plano estratégico dedefesa ou se só estamos comprometidos com retórica”,ponderou. O ministroreforçou a necessidade de aumentar a segurança nasfronteiras, em especial na região Amazônica. “Ocumprimento da tarefa de defesa nacional brasileira não éexpansionista em questões territoriais, mas sim paraconservação de seu território. Nas fronteirasamazônicas é preciso tratamento diferenciado. Estáé a razão pela qual percorri essas áreas”. Jobim citou aderrota da Argentina na Guerra das Malvinas (1982) contra aInglaterra como exemplo dos riscos da não-substituiçãode equipamentos sucateados. “Quando houve o conflito, os mísseisusados pela Argentina não funcionaram. Apenas um explodiuporque acertou no corpo das máquinas de um navio”, explicouo ministro que considerou obsoletas as armas usadas pelo paísvizinho. A previsãode gastos militares para 2008 vai ser acrescida em pelo menos 50%, comrelação à proposta inicial do Ministério doPlanejamento. Jobim informou que “os investimentos devem subir, pordeterminação do presidente da República, de R$ 6 bilhões paraR$ 9 bilhões”. Segundo o ministro ainda existe a possibilidade de aplicação de mais R$ 1bilhão em verbas suplementares. O aumento dosgastos militares não é resposta nem foi motivado pelosrecentes investimentos em armas feitos pela Venezuela, assegurou oministro. “Nós não entramos em corrida armamentista”,garantiu Jobim, que prometeu visitar todas as capitais sulamericanasno ano que vem, a pedido do presidente Lula. Outro assuntoabordado foi a renda dos militares. Jobim reconheceu anecessidade de reajustar o valor das remunerações, maslembrou que a questão é delicada porque existem muitosmilitares inativos e pensionistas.