Ministério da Saúde prepara levantamento sobre conferências regionais

25/10/2007 - 21h48

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Macapá - Com a proposta de estimular o amadurecimento das conferências desaúde realizadas em todo país e contribuir para que as reivindicaçõesapresentadas durante os encontros tenham mais viabilidade deimplementação, o Ministério da Saúde está realizando um levantamentoda organização desses encontros ao longo do ano, preparatórios da 13ª Conferência Nacional de Saúde, prevista para 14 a 18 de novembro em Brasília. A informação é do representante da Secretaria de Gestão Participativa do ministério, José Ivo Pedrosa, que participou do segundo dia de atividades da 5ª Conferência de Saúde do Amapá. "Ainda há uma distância entre o que é proposto nas conferências eo que é transformado em política pública. A partir desse levantamento para ver de onde e como são elaboradas essas propostas, articulados com os processosde educação e de formação, com os profissionais e com osmovimentos mais organizados, acreditamos que seja possíveltransformar as conferências em um espaço de eficácia democrática", disse.

O documento, acrescentou, está sendo construído a partir dos relatos dosparticipantes das conferências que representam o ministério, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária(Anvisa) e o Conselho Nacional de Saúde. Segundo Pedrosa, muitas vezes não há um preparo anterior às conferências, o que se reflete em propostas desarticuladas.

Amapá, Sergipe e Rio de Janeiro são os últimos a cumprir asetapas estaduais. NoAmapá, o encontro termina amanhã (26), com a participação derepresentantes dos 16 municípios do estado, de associações de moradores, movimentonegro, gestores e trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS). Umadas integrantes do Insituto de Mulheres Negras do Amapá, Lauriene daSilva, informou que foram elaboradas 35 propostas consideradas essenciais e enfatizou que o preconceito e a discriminação não evem seresquecidos porque ainda são um problema da comunidade. Ela citou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que constataram percentual de 85% de negros na região.

Parao diretor da Associação de Moradores da cidade de Laranjal, IdelfonsoSilva, há carência de recursos no estado e também fora dele. "Como usuários do SUS, sabemos que aqui o problema mais sério é o tratamento fora do domicílio. A lei federal não está sendo cumprida", denunciou. 

Asconferências nacionais são realizadas a cada quatro anospara avaliar e definir rumos do SUS. O relatório final, com as observações feitas ao longo de 2007, deve ser utilizado somente a partirdo próximo ano.