Juventude do PPS pede afastamento de Renan Calheiros e fim do "circo de horror do Congresso"

06/07/2007 - 18h47

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Num protesto de cercade meia hora em frente ao Congresso Nacional, representantes daJuventude Nacional do PPS pediram hoje (6) afastamento do presidentedo Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), investigado pelo Conselho deÉtica por denúncias de ter contas pessoais pagas por umlobista da construtora Mendes Jr. Havia cerca de 70 pessoas, segundoa Polícia Militar.Os manifestanteslevaram faixas de protesto contra a corrupção ecantaram "boi, boi, boi; boi da cara preta; pega o Renan que temmedo de careta". Mas a atração principal foiPintada, uma bezerra de um ano e três meses que chamou aatenção de fotógrafos e turistas.Para comprovarrendimento suficiente para pagar pensão de R$ 12 mil àjornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha, o presidentedo Senado afirmou que, nos últimos quatro anos, lucrou R$ 1,9milhão com a venda de 1.700 cabeças de gado.O gado que RenanCalheiros disse ter vendido é, na verdade, de corte. Quemalegou ter comprado uma bezerra foi o ex-senador Joaquim Roriz(PMDB-DF), que justificou dessa forma o empréstimo de R$ 300mil contraído junto ao empresário NenêConstantino, da companhia aérea Gol.Suspeito deenvolvimento no desvio de R$ 2,2 milhões do Banco de Brasília(BRB), Roriz preferiu não correr o risco de ter o mandatocassado e renunciou ao cargo antes de ser comunicado pelo Conselho deÉtica de que seria aberto processo para investigar asdenúncias.O presidente daJuventude Nacional do PPS, Maico Vieira, disse que a manifestaçãoteve como objetivo mostrar que "uma parte grande da juventudebrasileira está descontente com o circo de horror que aconteceno Congresso Nacional, onde a corrupção é notade imprensa todos os dias". Os estudantes participam, na cidade,do 50º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE),que começou hoje e vai até domingo.Quanto ao processo contra o presidente do Senado, o Conselho de Ética não deve encerrar a investigação antes de 45dias, na opinião de um dos três relatores do caso, Renato Casagrande(PSB-ES). O Conselho não vai funcionar se o Congresso entrar em recesso em julho.