Pedro Simon questiona escolha de Sibá Machado para presidir Conselho de Ética

30/05/2007 - 21h29

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O senador Pedro Simon (PMDB-RS) questionou hoje (30), em plenário, a escolha do senador Sibá Machado (PT-AC) para presidir o Conselho de Ética do Senado, no momento em que o colegiado apreciará a representação do P-SOL para investigar denúncias contra o presidente da Casa, Renan Calheiros. Simon disse que por ser suplente da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o senador estaria vulnerável a manobras políticas do Executivo."O senador Sibá, se amanhã resolver tomar alguma atitude que o presidente Lula não goste, a ministra Marina Silva volta e ele não é mais presidente do conselho", argumentou Simon. A representação do P-SOL pede ao Conselho de Ética que investigue se contas pessoais do presidente do Senado foram pagas pelo funcionário da empresa MendesJúnior Cláudio Godoy.Outros senadores, como Jefferson Pérez (PDT-AM) e Cristovam Buarque(PDT-DF), compartilham da mesma preocupação do peemedebista gaúcho. Na opinião de Pérez, "nada impede que uma pessoa íntegra [senador Sibá Machado], mesmo com uma ameaça pairando sobre a sua cabeça, que haja de acordo com sua consciência. Mas a pessoa fica sempre mais frágil se, a qualquer momento, numa canetada do poder, seja retirada do Senado".O pedetista amazonense, apesar de considerar possível um acordo de líderes para tentar preservar Renan Calheiros, preferiu descartar uma movimentação política neste sentido. "Isso seria muita ousadia, a meu ver", afirmou. Pérez lembrou que a representação do P-SOL será analisada por uma comissão formada por três senadores de partidos diferentes. "Não tem como fugir a isso".Já o senador Cristovam Buarque considerou que com a indicação de um senador suplente, que "definirá o futuro, de alguma maneira, do Congresso, o parlamento ficou refém do Executivo". Disse que a situação é diferente de uma votação normal em plenário, quando o voto de um suplente dilui-se entre os outros 80 senadores. "Quando ele tem a posição de um presidente de comissão que julga o presidente do Senado, de fato o senador Simon tem razão. Não se trata de qualquer contestação as qualidades do senador Sibá Machado, é que no fundo quem vai presidir a comissão é um senador nomeado pelo presidente [da República]".A líder do bloco governista, senadora Ideli Salvati (PT-SC), saiu em defesa docolega de bancada e do presidente do Senado, Renan Calheiros. "O senador Sibá Machado é um parlamentar que se destaca pelo seu trabalho, seriedade e coragem. Não vamos permitir, nem admitir, que seja levantada qualquer dúvida a respeito do trabalho que ele vai desempenhar à frente do Conselho de Ética".Ideli Salvati disse, ainda, que na sessão de hoje que elegeu o petista acreano não houve qualquer contestação à indicação. Quanto a Renan Calheiros, a líder afirmou que, ao contrário da revista Veja, que a seu ver não teria apresentado provas das denúncias feitas, o parlamentar alagoano "tem apresentado uma série de documentos e, inclusive, disse que se houver necessidade de satisfazer qualquer tipo de dúvida terá condições de complementar as informações".O líder do PSB, Renato Casagrande (ES), não concordou com Pedro Simon. "Quando você quer arranjar um problema, arruma onde quiser. O senador Pedro Simon fez a sua avaliação, é um contestador, um senador que busca o contraponto em todos os momentos. Se o senador Sibá fosse efetivo, ele teria achado um outro defeito que não a suplência".