Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O primeiro relatório parcial da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo no Senado será votado na próxima quarta-feira (6). O documento traz as conclusões da CPI sobre as causas da colisão do Boeing da Gol e do jato Legacy provocando a morte de 154 pessoas. Também será apresentado relatório sobre a crise nos aeroportos, entre os dias 18 e 21 de dezembro, quando 328 vôos foram cancelados."A expectativa é concluirmos o trabalho antes dos seis meses. O relatório já está praticamente concluído pelo relator", anunciou hoje (30) o presidente da CPI, Tião Viana (PT-AC). O relator, Demóstenes Torres (DEM-GO), avalia que a principal causa do acidente foi o “fator humano” e que problemas no sistema de monitoramento e na gestão do tráfego aéreo foram “secundários”. Para ele, ocorreram quatro “falhas graves”:
Em relação à crise nos aeroportos em dezembro, o presidente da TAM, Marco Antonio Bologna, explicou ontem (29), em depoimento, que ele foi causado por um "somatório de eventos". Segundo Bologna, as causas foram a retirada de seis aeronaves da empresa para manutenção, o fechamento do aeroporto de Congonhas e a queda do check-in da companhia aérea por algumas horas no dia 20."Em conseqüência, retiramos 16% da capacidade de oferta do dia. Transferimos os passageiros para o dia seguinte (21) que, pela proximidade com o natal, teve um movimento ainda maior, assim como os dias seguintes", afirmou o presidente da TAM.Em conseqüência, 115 mil passageiros da TAM foram embarcados com mais de quatro horas de atraso e cinco mil não foram embarcados pela empresa, o que causou a confusão nos aeroportos.O presidente garantiu, ao depor, que não houve venda de passagens superior a capacidade de acentos das aeronaves. “Só conseguimos embarcar todo mundo três dias e meio depois. Isso dava a impressão de venda superior de passagens”, explicou aos senadores.Os passageiros não embarcados em aviões da TAM foram colocados pela empresa em vôos congêneres (de outras empresas) e da Força Aérea Brasileira (FAB), que entrou com suporte para ajudar a resolver a crise.A TAM não foi multada. Segundo o diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a empresa “não descumpriu o marco legal por isso não foi multada. Ela não teve como realocar os passageiros em outros vôos".