Ministro diz que política contra tabagismo será aperfeiçoada

30/05/2007 - 20h22

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Ministério da Saúde vai manter a política de proibição total da propaganda de cigarros no Brasil, informou hoje (30) o ministro José Gomes Temporão, que amanhã (31) participará de evento na cidade pelo Dia Mundial da Luta contra o Tabagismo.

Segundo Temporão, artigo que a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou neste mês aponta o Brasil como o país que mais reduziu o número de fumantes nos últimos dez anos. “Isso é um sucesso para o país, para a sociedade e para a saúde pública brasileira”, comemorou.

Sobre a política de aperfeiçoamento no tratamento das doenças causadas pelo tabagismo, o ministro destacou que ela também será mantida. E explicou: "A gente tem que cuidar das pessoas que têm dependência de nicotina, uma dependência química".

Essa política, acrescentou, envolve terapia de grupo em uma etapa inicial e a distribuição de medicação – adesivos para o corpo, goma de mascar e o remédio bupropiona, para os casos mais graves. “A idéia é oferecer tratamento para as pessoas que querem parar de fumar e são dependentes", disse.

O ministro informou que o Programa de Combate ao Fumo está em estruturação e atualmente é integrado por 380 unidades em todo o país, para atendimento a dependentes de nicotina. O objetivo, segundo Temporão, é expandir essa estrutura e aperfeiçoar o sistema de aquisição e distribuição de medicamentos para pessoas que não resolvem o problema somente com terapia de grupo. Esta é, explicou, a primeira indicação de tratamento para todos esses dependentes.

A OMS proíbe fumo em lugares fechados, por isso as empresas e instituições brasileiras estão destinando parte de suas instalações à criação de espaços específicos para fumantes. Na avaliação pessoal do ministro, porém, “fumódromos não funcionam – ou se permite o fumo ou não se permite".

Ele considerou essa proposta "questionável" e argumentou: "Nós sabemos que não existem níveis seguros de consumo de nicotina e que o fumante passivo sofre das mesmas doenças que o fumante". Por isso, informou, pretende conversar ainda com a direção da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).