Manifestantes acusam Israel de cometer "genocídio" e "massacre" no Líbano

06/08/2006 - 16h57

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O xeque Ali Abduni, que participou do protesto contra Israel em São Paulo, hoje (6), disse que está havendo um genocídio no Oriente Médio. “Essa passeata é contra o genocídio que está acontecendo contra os civis no Líbano pelos sionistas de Israel. Eles estão atacando civis, atacando a ONU [Organização das Nações Unidas]. O mundo não consegue pará-los. E nós queremos levantar nossa voz para o mundo e dizer que basta”.Para Soraya Smaili, uma das organizadoras da manifestação e presidente do Instituto da Cultura Árabe, a ofensiva israelense não se justifica. “É importante que a sociedade brasileira entenda que não existe uma guerra, existe um massacre. A resposta de Israel ao ataque ou à ação de um partido político do Líbano não justifica em hipótese nenhuma o ataque que Israel fez ao Líbano, inclusive utilizando bombas químicas, que são proibidas pela Convenção de Genebra, e bombas de dispersão, proibidas por todas as leis internacionais”.Smaili se refere ao Hizbollah como partido político, status que de fato ele tem, embora atue como grupo armado. Em relação às armas químicas, um brasileiro que escapou do Líbano recentemente relatou à Agência Brasil ter visto um ataque com bombas de fósforo ocorrer em sua cidade, na região do Vale do Bekaa.A organizadora disse ainda que as manifestações vão continuar em São Paulo e que o próximo objetivo é “incrementar a ajuda humanitária”, arrecadando alimentos e medicamentos para as pessoas que estão no Líbano, além de fazer um protesto internacional. “Vamos à corte internacional para solicitar o ressarcimento de todos os danos provocados pelo estado de Israel ao povo libanês”.A passeata atraiu cerca de 4 mil pessoas, segundo a Polícia Militar (5 mil, de acordo com os organizadores).